A polícia britânica anunciou esta quinta-feira que vai investigar alguns dos casos de pessoas, incluindo políticos e polícias, suspeitas de terem feito apostas alegadamente fraudulentas sobre a data das eleições legislativas de 4 de julho.

Num comunicado de imprensa, a Polícia Metropolitana de Londres declarou que algumas destas apostas poderão constituir “má conduta no desempenho de um dever público”, para além do mero incumprimento das regras das apostas.

A polícia indicou que pelo menos sete polícias estão sob investigação, incluindo um guarda da segurança pessoal do primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, mas não especificou se existem políticos visados.

Desde há várias semanas que a comissão responsável pela regulamentação das apostas suspeita que certos indivíduos se aproveitaram de informações privilegiadas devido à proximidade com o primeiro-ministro para fazer apostas sobre a data das eleições.

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De todos os casos examinados pela comissão, “um pequeno número exige uma investigação criminal mais alargada por parte da polícia”, afirmou Katherine Goodwin, chefe da investigação da Polícia Metropolitana de Londres, citada no comunicado.

Dois candidatos conservadores suspeitos, incluindo o antigo conselheiro de Rishi Sunak, Craig Williams, tiveram o apoio do partido retirado para o escrutínio de 4 de julho.

Craig Williams admitiu um “erro de discernimento” sem confirmar se tinha informações confidenciais sobre o assunto.

Mais problemas para Sunak. Investigação a apostas de candidatos conservadores sobre data das eleições agita campanha

O escândalo, denominado pela imprensa de “Gamblegate“, está a ensombrar a campanha do Partido Conservador, já que a maioria dos casos revelados são ‘tories’ (conservadores), mas nem todos serão ilegais.

O deputado Philip Davies, marido da secretária de Estado Esther McVey, apostou 8.000 libras (9.500 euros) em como iria perder o lugar a representar West Yorkshire no parlamento, noticiou o jornal The Sun.

O candidato trabalhista Kevin Craig também apostou na própria derrota em Central Suffolk e North Ipswich, o que levou a uma investigação e à sua suspensão pelo ‘Labour’ (Partido Trabalhista).