A TAP está a trabalhar com todos os elementos do ecossistema da aviação para “garantir um verão o mais tranquilo possível, dentro dos constrangimentos que temos” no que toca à capacidade e níveis de serviço no aeroporto de Lisboa, afirmou o presidente da companhia.

Em declarações aos jornalistas, à margem da conferência internacional sobre aviação, Luís Rodrigues começou por assinalar que o verão em aviação “nunca é tranquilo” porque se trata do período de maior procura no setor. E, nos anos de recuperação pós-pandemia, aeroportos e companhias aéreas tiveram dificuldade em responder ao enorme aumento da procura, o que levou ao cancelamento de muitos voos na Europa.

Mas quando questionado sobre a operação deste verão, o presidente da TAP afirmou que “estamos muito otimistas” depois do trabalho de planeamento realizado com a concessionária ANA e a autoridade da aviação, a ANAC. “Pontualmente pode haver algum cancelamento, mas neste momento não é o que está em cima da mesa”.

Já sobre a privatização, Luís Rodrigues diz que a empresa está “sempre preparada para qualquer cenário”, mas essa é uma decisão política. E citou declarações feitas pelo ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, a atirar o relançamento do processo de venda para setembro. Durante a conferência da ATRS (Air Transport Research Society), o presidente da TAP já tinha sido questionado sobre o futuro parceiro da companhia, sem responder. E, quando lhe perguntaram quando é que haveria voos diretos entre Lisboa e Pequim, respondeu: “A nossa estratégia é voar para Oeste, mas pode ser que o novo acionista — seja ele quem for — tenha ideias diferentes”.

Durante a sua apresentação, o presidente executivo da TAP reconheceu os aviões são “muito barulhentos” e “visíveis”, mas defendeu que a perceção pública sobre a dimensão da pegada de carbono é muito superior à realidade. O contributo da aviação para os gases com efeito estufa é de 2,5%. mas ainda assim “é demais”. Quanto à possibilidade de cobrar uma nova taxa aos passageiros para financiar a transição para combustíveis mais verdes, como fez a Lufthansa, Luís Rodrigues diz que a empresa está a avaliar todas as opções, mas será a agenda a nível global e futuras imposições regulatórias que vão determinar o ritmo de transição para os combustíveis sustentáveis.

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