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O primeiro-ministro afirmou esta segunda-feira que Portugal precisa de reter quadros e importar mão-de-obra de todos os níveis de qualificações, num discurso em que defendeu que a estratégia de captação e manutenção de talentos transcende a política salarial.

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Esta posição de Luís Montenegro foi defendida no discurso com que encerrou a conferência “Millennium talk”, no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.

Na sua intervenção, o líder do executivo visou de forma indireta, por várias vezes, críticas que têm sido feitas pelos partidos da oposição, sobretudo o PS, à ação do seu Governo, principalmente em termos de estratégia económica.

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Temos de evitar que o talento fuja para o estrangeiro e temos de promover a importação de capital humano. Mas só poderemos fazer isso se oferecermos boas condições e melhores opções que em outras geografias. Quem pensar que resolve a questão da retenção só a subir salários, está equivocado, porque as pessoas não privilegiam apenas isso”, advertiu o primeiro-ministro.

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Luís Montenegro salientou a qualidade do Ensino Superior em Portugal, quer universitário, quer politécnico, assim como ensino profissional.

Somos um país de gente trabalhadora e somos um país seguro, estando entre os melhores do mundo em termos relativos. Neste período, caracterizado pela insegurança em outras geografias, este é a altura certa para Portugal captar investimento e para se estimular o investimento empresarial. O país tem se ser capaz de reter capital humano. Caso contrário, perderemos competitividade e as empresas perdem capacitação. Esse é um dos objetivos e sabemos que as empresas estão colaborantes para podermos avançar com confiança”, disse.

A estratégia do Governo, segundo o líder do executivo, passa por “mexer nos impostos para estimular o crescimento da economia, mexer nos procedimentos com o intuito de aumentar a capacidade de as empresas acederem aos mecanismos de financiamento que precisam e por estimular o ganho de escala de cada empresa em cada setor de atividade num mercado internacional marcado pela agressividade”.

Sei que os resultados podem não ser imediatos, mas, se conseguirmos fazer isso, seremos um país de referência em termos de captação de investimento“, advogou.

Do ponto de vista político, Luís Montenegro apontou que o seu executivo tem sido criticado por apresentar muitos planos, mas que não se materializam em leis.

E, em certa medida, ainda bem, porque não faltam leis em Portugal“, reagiu, aqui usando a ironia. Logo a seguir, perante uma plateia de empresários e de quadros do setor financeiro, procurou deixar uma garantia: “Todos os planos serão cumpridos e as medidas vão ser executadas”.

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“Neste ciclo governativo, não nos vamos preocupar em estar aqui no próximo. Vamos preocuparmo-nos em deixar ao próximo [Governo], seja ele qual for, a melhor situação possível, para que o próximo não tenha tantas dificuldades para enfrentar como aquelas que hoje temos”, disse.

Outra das linhas de ação do Governo, de acordo com o primeiro-ministro, passará por “tirar o máximo de burocracia na vida das empresas, incluindo em termos digitais”.

demasiada minúcia nos instrumentos digitais. Adquirimos uma cultura em que as coisas chegam complexas da Europa e nós ainda acrescentamos mais um pouco de complexidade. Muitas vezes perdemos negócios por causa disso”, completou.