O ministro dos Assuntos Parlamentares considerou esta segunda-feira que se os partidos da oposição mostrarem uma atitude positiva e quiserem “lutar pelos interesses dos portugueses”, em vez de estarem “desejosos de causar uma crise política”, será possível chegar a entendimentos.

Discursando na abertura das jornadas parlamentares do CDS-PP, Pedro Duarte apelou “aos partidos da oposição que olhem para o CDS e vejam como um partido consegue ter a sua identidade, tendo uma atitude e uma postura construtiva, pensando no país e não nos seus interesses partidários”.

Se esses partidos da oposição assumirem uma atitude positiva, construtiva, defendendo as suas ideias — ninguém está a pôr isso em causa — mas a sua atitude, a sua predisposição se for construtiva, de lutar pelos interesses dos portugueses, pela melhoria da vida dos portugueses, nós temos todas as condições para conversar e chegar a alguns entendimentos”, defendeu.

Na abertura das jornadas que decorrem na Assembleia da República, em Lisboa, o governante considerou que “vai ser mais difícil” caso a postura seja “de boicote, de sabotagem” ou “se estiverem desejosos de causar uma crise política a propósito seja do que for”.

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Se tiverem uma atitude construtiva, a pensar nos portugueses, vamos poder conversar e chegar a um entendimento de que esta postura do Governo é uma postura saudável para a democracia e que traz resultados para a vida dos portugueses. Vamos continuar a acreditar, vamos manter esta atitude no PSD, no CDS, no Governo de Portugal, porque estamos com uma enorme convicção de que estamos a fazer diferente”, salientou.

O ministro dos Assuntos Parlamentares defendeu que, “se este é um Governo de ação, é também um Governo de diálogo”, e tem provado isso, destacando as negociações com os professores, as forças de segurança ou os oficiais de justiça.

Temos dialogado com forças sindicais, patronais e com os partidos da oposição. Eu sou particular testemunha a esse respeito. Desenvolvemos rondas de contactos sobre diferentes matérias que consideramos estruturais para o país”, indicou, referindo as rondas de contactos sobre as medidas para a habitação, imigração ou anticorrupção.

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Alguns se calhar queixam-se de que nós não andamos no corredor a negociar votos para cá e para lá, dás-me isto e eu dou-te aquilo, na politiquice. Para isso não temos muito jeito. As medidas estruturantes, políticas públicas para o país que resolvem a vida das pessoas, para essa discussão, estamos não só disponíveis, como estamos muito interessados em ter oposição”, afirmou Pedro Duarte.

O ministro dos Assuntos Parlamentares disse ainda que desde que o Governo assumiu funções, em “100 dias muito intensos”, o “país mudou”, e considerou que “é uma lufada de ar fresco sentir que há alguém à frente ao país a pensar no futuro, na melhoria da vida dos portugueses, das pessoas em concreto, e está a deixar para o lado ou para trás politiquices que não levam a lado nenhum”.

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Nestas jornadas que marcam o regresso do CDS-PP ao Parlamento, o governante disse que os anúncios da morte daquele partido que integra o Governo juntamente com o PSD “eram manifestamente prematuros“.

Pedro Duarte sustentou que o CDS-PP “faz muita falta a este Parlamento e ao cenário político nacional” e “ocupa um espaço único”, diferenciando-se dos outros “porque é um espaço para os moderados”.

O ministro agradeceu ainda a “atitude assumida pelo CDS, de colaboração permanente com o Governo”, que tem “sabido funcionar como uma orquestra” e “tocar de forma afinada”.