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O Presidente ucraniano defendeu esta segunda-feira a ofensiva em Kursk, justificando-a como uma ação de defesa, cujo objetivo é restaurar a paz que Moscovo quebrou. Zelensky argumentou ainda que Kursk marcou o início simbólico do “domínio” de Putin e, agora, vai marcar o seu fim.

“Desde o dia 1 de junho, houve quase 2100 bombardeamentos na região de Sumy. Por isso as nossas operações são puramente uma questão de segurança da Ucrânia, de libertação da fronteira do exército russo”, declarou Volodymyr Zelensky na sua comunicação diária. “É apenas justo destruir os terroristas russos onde eles estão, de onde lançam os seus ataques”, argumentou.

No seu discurso, o chefe de Estado relatou ainda que a Ucrânia controla cerca de mil quilómetros quadrados na região russa de Kursk, informação antes avançada pelo Chefe das Forças Armadas, Oleksandr Syrsky, numa reunião dos militares com o Presidente.

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Esta segunda-feira, Zelensky também esteve reunido com uma delegação bipartidária do Senado norte-americano, a quem agradeceu o apoio contínuo. Ainda assim, insistiu que a ajuda tem de continuar, destacando como prioridade a entrega de mísseis de longo alcance. À saída da reunião, o senador republicano Lindsey Graham classificou a operação ucraniana em Kursk como “arrojada e brilhante”, garantindo que vai pressionar Biden a entregar as armas necessárias a Kiev.

O Presidente ucraniano aproveitou para assinalar os 24 anos do desastre de Kursk, em que 118 militares russos morreram num submarino que estava em exercícios de treino, meses depois da primeira eleição de Vladimir Putin, que foi acusado de ter abafado a tragédia nos meios de comunicação. “Vemos como a Rússia se move nos tempos de Putin: há 24 anos, houve o desastre de Kursk — o início simbólico do seu domínio; e agora vemos qual vai ser o seu fim. E também é Kursk. O desastre desta guerra. Isto acontece sempre aos que desprezam as pessoas e as regras. A Rússia trouxe a guerra aos outros e agora está na sua casa. A Ucrânia sempre desejou apenas a paz e agora vamos assegurá-la“, conclui Zelensky no seu discurso.

Vladimir Putin, por sua vez, realizou a primeira conferência de imprensa desde que a Ucrânia desencadeou a maior ofensiva em território russo — não só desde o início da guerra em fevereiro de 2022, mas desde a II Guerra Mundial. O Presidente russo acusou Kiev de cumprir ordens do Ocidente e de atacar “indiscriminadamente civis e infraestruturas civis”, recusando negociações com Kiev.

“Os líderes do regime de Kiev estão a cometer crimes contra o povo russo, como também a embarcar no caminho do extermínio dos ucranianos”, acusou Vladimir Putin nas declarações citadas pela agência estatal RIA Novosti.

Com a ofensiva em Kursk, Zelensky “embarcou no caminho do extermínio dos ucranianos”, acusa Putin

Para além dos Presidentes, também as restantes autoridades trocaram críticas. O governador de Kursk, Alexey Smirnov detalhou que a Ucrânia controla 28 localidade na região e acusou Kiev de estar a utilizar armas químicas.

Os Serviços de Segurança Ucranianos (SBU) negaram as acusações, argumentando por sua vez que Moscovo espalha informações falsas, em “operações de informação e psicológicas”. Alertaram ainda que a Rússia pode recorrer a encenações de crimes contra a população civil de Kursk, responsabilizando depois Kiev por esses crimes.