Robert F. Kennedy, o polémico sobrinho do ex-Presidente John F. Kennedy, estará a ponderar pôr fim à sua campanha presidencial para se juntar a Donald Trump. Isso mesmo foi admitido pela “vice” do independente, Nicole Shanahan.

Numa entrevista ao podcast Impact Theory, publicada esta terça-feira, Nicole Shanahan disse que a candidatura que representa corre o risco de ganhar o apoio de potenciais eleitores de Trump e, ao fragmentar os votos neste eleitorado, dar vantagem a Kamala Harris e Tim Walz.

“Há duas opções para as quais estamos a olhar e uma é continuarmos, formando um novo partido, mas corremos o risco de uma presidência de Kamala Harris e Walz porque retiramos votos a Trump (…). Ou saímos agora mesmo e juntamos forças com Donald Trump e explicamos à nossa base [eleitoral] por que razão tomamos esta decisão”, afirmou. “Não é uma decisão fácil”, acrescentou Shanahan, que não revelou quando é que a decisão seria tomada.

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No X, Robert F. Kennedy Jr. — filho de “Bobby” Kennedy — disse estar disponível para conversar com os líderes de “qualquer partido político” para “promover” os objetivos pelos quais tem orientado a “carreira de 40 anos” e a sua campanha, que são “inverter a epidemia de doenças crónicas, acabar com a máquina de guerra, limpar a influência corporativa do governo e a poluição tóxica do ambiente, proteger a liberdade de expressão e acabar com a politização das agências de aplicação da lei”.

Numa sondagem divulgada a 8 de agosto, feita junto de 2.045 cidadãos dos EUA, Kennedy aparece com apoio de 4%, abaixo dos 10% de julho. Uma outra sondagem revelada na mesma altura, e citada pelo Washington Post, revela que o independente pode, de facto, representar algum risco para Trump nas eleições de novembro, ao revelar que vai buscar 3% dos votos tanto do eleitorado democrata como do republicano, e convence 13% dos eleitores considerados independentes. Mas entre os independentes, a tendência é ‘roubar’ potencial eleitorado de Trump: Kennedy ganha 8% dos eleitores independentes com inclinação democrata em comparação com os 23% dos independentes com inclinação republicana.

Há um mês, um dia após a tentativa de assassinato contra Donald Trump, veio a público uma chamada telefónica entre o magnata e Robert F. Kennedy Jr. em que o primeiro tenta convencer o segundo a juntar-se a ele. “De qualquer forma eu adorava… Quero dizer, e penso que seria tão bom para ti, tão importante. E vamos vencer. Vamos vencer. Estamos muito à frente dele… [Biden, que na altura ainda era candidato]”, disse Trump.

Vídeo mostra Trump a criticar vacinas e a dizer que vai ganhar eleições num telefonema com Robert F. Kennedy Jr.

Numa entrevista esta terça-feira à CNN, o empresário norte-americano afirmou que está “aberto” a que Kennedy tenha um papel na sua administração se o independente desistir da candidatura e o apoiar. “É um homem brilhante, é muito esperto. Conheço-o há muitos anos”, disse, acrescentando: “Não sabia que ele estava a pensar desistir, mas se está a pensar, certamente eu estaria aberto a isso”.

Robert F. Kennedy Jr. é conhecido pelas posições anti-vacinas. Inicialmente, procurou desafiar Joe Biden pela nomeação democrata, mas acabou por se candidatar como independente.