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O presidente do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) da Madeira, Manuel Filipe, indicou esta terça-feira que há turistas a frequentar percursos pedestres encerrados, mas admitiu não ter meios para fazer essa fiscalização.

Os meios são escassos para todos e empenhar meios para ficar no início dos percursos para fiscalizar o encerramento não é a melhor medida, portanto, os meios estão todos empenhados no combate aos incêndios”, afirmou.

O presidente do Instituto apelou para o cumprimento das regras de não utilização dos percursos classificados que foram encerrados, argumentando que é uma forma de “salvaguarda para as próprias pessoas e também para todo o sistema, porque caso aconteça alguma coisa é preciso ir socorrer e não há meios para esse efeito”.

Manuel Filipe referiu que foram encerrados “diversos percursos, alguns por medida preventiva, outros por segurança”, na sequência do incêndio que lavra na ilha da Madeira desde quarta-feira.

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“Mas, o que temos verificado é que há turistas que efetivamente não cumprem, que passam toda a sinalização, não cumprindo com as regras, e isso tem-nos causado alguns problemas”, apontou.

Apesar de a Polícia Florestal não estar empenhada em permanência na fiscalização dos trilhos, no domingo foi possível identificar três cidadãos, que serão sujeitos a uma coima, a frequentar o percurso pedestre que liga o Pico do Areeiro ao Pico Ruivo, muito procurado por turistas, disse Manuel Filipe.

De acordo com o IFCN, estão encerrados catorze percursos pedestres classificados e quatro áreas de lazer.

Numa nota enviada no domingo, o IFCN indicou estarem encerradas as veredas da Ilha, do Pico Ruivo, da Lagoa do Vento, do Pico Fernandes, do Túnel do Cavalo, da Câmara de Carga do Rabaçal e da Palha Carga, além das levadas das 25 Fontes, Velha do Rabaçal, do Risco, do Alecrim, do Paul II — um caminho para todos e da Rocha Vermelha. Intransitável está ainda o Caminho do Pináculo e Folhadal.

As áreas de lazer da Fonte do Bispo, das Cruzinhas, do Fanal e do Rabaçal estão igualmente fechadas, desaconselhando o instituto a circulação nas zonas montanhosas da região.

O incêndio rural na Madeira deflagrou na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol.

Nestes sete dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais. Uma bombeira recebeu assistência hospitalar por exaustão, não havendo mais feridos.

Projeções do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, citadas pelo Governo Regional, apontam para sete mil hectares ardidos.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.