O Governo Regional da Madeira (PSD) decidiu esta quinta-feira louvar 88 entidades, públicas e privadas, pela participação direta ou indireta na operação de combate ao incêndio que deflagrou em 14 de agosto e foi declarado extinto na segunda-feira.

O executivo liderado por Miguel Albuquerque destaca, numa nota, “a prontidão, o voluntarismo, a competência e o altruísmo de todas as entidades privadas e públicas que através dos seus profissionais participaram na operação de combate ao incêndio”, sublinhando que “a sua abnegação deixou uma marca que permanecerá indelével na memória grata de todos os madeirenses”.

A decisão foi tomada na reunião semanal do Conselho do Governo Regional da Madeira, que decorreu esta quinta-feira no Funchal.

Foguete (licenciado) terá causado incêndio na Madeira. Miguel Albuquerque insistiu em fogo posto

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Entre as 88 entidades distinguidas contam-se vários organismos do Governo da República e do Governo Regional da Madeira e também o Governo Regional dos Açores, bem como da Zona Militar da Madeira, as forças de segurança, a Força Aérea Portuguesa e a Força Aérea Espanhola, que disponibilizou dois aviões Canadair, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

O executivo distingue o trabalho da Cruz Vermelha Portuguesa e das 10 corporações de bombeiros da ilha da Madeira e também o desempenho das associações e casas do povo dos concelhos da Ribeira Brava, Câmara de Lobos, Ponta do Sol, Santana e São Vicente, e das respetivas câmaras municipais.

A equipa helitransportada e os pilotos do helicóptero H-35, o único meio aéreo que opera na Madeira, também foram distinguidos pelo Governo Regional, bem como os pilotos e o ‘staff’ de apoio dos aviões Canadair, que participaram no combate entre 22 e 24 de agosto.

O Governo da Madeira destaca também a colaboração de 33 empresas privadas de vários setores, como hotelaria, restauração, comércio de produtores alimentares e construção civil, além do Aeroporto Internacional da Madeira e do Aeroporto do Porto Santo.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Na segunda-feira, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional indicou que o fogo estava “totalmente extinto”.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida.

Durante os dias em que o fogo lavrou, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.

O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque disse tratar-se de fogo posto.