Afinal, ao contrário do que prometeu o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não é esta sexta-feira que o Ministério da Saúde vai dar novidades sobre a implementação das medidas urgentes do Plano de Emergência e Transformação da Saúde — parcialmente ainda por cumprir, apesar de se ter esgotado esta semana o prazo de três meses dado pelo próprio Governo para a implementação dessas medidas.

“O balanço não será feito esta sexta-feira, o que vamos indicar hoje é o dia e hora a que faremos esse ponto de situação na próxima semana”, disse ao Observador fonte oficial do Ministério da Saúde.

Uma informação que contradiz o que foi dito na quinta-feira à noite pelo diretor-executivo do SNS, António Gandra d’Almeida, numa entrevista à SIC Notícias. “Amanhã [sexta-feira] haverá novidades sobre isso e o plano será explicado. Não é uma justificação, o Ministério da Saúde vai explicar todos os pontos do Plano de Emergência e Transformação e em que ponto estamos. Com dados, vai explicar aos portugueses e portuguesas o que foi feito até agora no âmbito deste plano”, assegurou o responsável.

Esta sexta-feira “haverá novidades e o plano será explicado”: diretor-executivo do SNS promete respostas sobre Plano de Emergência na Saúde

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Recorde-se que a implementação das medidas urgentes do plano tem estado na ordem do dia desde a noite de quarta-feira, quando o Observador noticiou que, das 15 medidas classificadas como “urgentes” no plano apresentado pelo Governo no final de maio, só cinco tinham sido efetivamente implementadas no prazo de três meses, que se esgotou esta semana.

As 15 medidas urgentes incluem assuntos tão diversos como a regularização das listas de espera para cirurgias oncológicas, melhorias na linha SNS24, medidas direcionadas à saúde materno-infantil, requalificações dos serviços de urgência, aumento do número de portugueses com médico de família e reforço das respostas em saúde mental.

A definição de medidas urgentes é dada pelo próprio Governo no documento, com data de 29 de maio: “Requerem implementação imediata, com o objetivo de obter resultados tangíveis num período de até três meses.”

Governo falha concretização de quase 70% das medidas urgentes do Plano de Emergência da Saúde

Ao fim de três meses (que se esgotaram formalmente no dia 29 de agosto, quarta-feira), apenas cinco das 15 medidas urgentes eram dadas como concluídas. Na noite de quarta-feira, já depois da publicação da notícia do Observador sobre o assunto, o Ministério da Saúde deu como concluídas mais cinco dessas medidas, incluindo algumas medidas que os profissionais do terreno garantem não estar ainda implementadas — ou seja, sem os tais “resultados tangíveis”.

Depois da polémica, o diretor-executivo do SNS prometeu que esta sexta-feira seriam dadas todas as explicações sobre as medidas urgentes do plano. Afinal, de acordo com o Governo, esta sexta-feira só será conhecida a data e hora da apresentação dessas explicações.