Os habitantes de Sande, Viseu, homenageraram com aplausos o militar que foi este domingo a enterrar na localidade, recordado como o “filho da terra”, que morreu em serviço, na sequência da queda do helicóptero em que seguia.

“Nasceu aqui e residia cá com a sua família. É um filho da nossa terra”, disseram à agência Lusa alguns residentes em Sande, sede de freguesia do concelho de Lamego, no distrito de Viseu.

Nos cerca de 200 metros de rua, no centro de Sande, entre a igreja e o corte para o cemitério, os militares da Unidade de Emergência Proteção e Socorro da GNR e populares fizeram um corredor para homenagear o militar à passagem da urna.

O militar de Sande era um dos cinco que ocupava o helicóptero ao serviço dos incêndios que esta sexta-feira caiu ao rio Douro, no regresso de Baião para Armamar, onde estava sediado, no Centro de Meios Aéreos.

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Numa cerimónia marcada para as 18:00, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, chegou pelas 17:10, acompanhado por outros membros do Governo com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o ministro da Presidência, António Leirão Amaro, e o secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira. Luís Montenegro saiu após, sensivelmente, 10 minutos.

O Presidente da República chegou pelas 17:45, com o presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes, e assistiu à primeira meia-hora da missa.

Como Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, dirigiu, no interior da Igreja, algumas palavras à GNR, “que serve o país em todas as circunstâncias”, e agradeceu à família e aos colegas do militar, que enalteceu como “exemplo de abnegação”.

O Comandante-geral da GNR, tenente-coronel Rui Ribeiro Veloso, que saiu de Lamego ao término da missa de corpo presente, juntou-se aos familiares do militar de Sande e vai acompanhar igualmente os restantes funerais, que têm honras de Estado.

As altas figuras de Estado já tinham marcado presença na igreja de Santa Cruz, no funeral dos outros dois militares naturais do concelho de Lamego, numa cerimónia religiosa presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, Rui Valério, e concelebrada pelo bispo de Lamego, António Couto.

Em Sande, a missa de corpo presente foi celebrada por Rui Valério, enquanto em Moimenta da Beira, concelho vizinho também do distrito de Viseu, foi presidida pelo bispo de Lamego, António Couto.

Tal como em Lamego, também em Sande as palmas foram a forma dos presentes homenagearem e agradecerem aos militares que morreram em serviço.

Ainda hoje vai realizar-se um quarto funeral na freguesia de Vila da Rua, em Moimenta da Beira. O quinto militar, cujo corpo foi encontrado na tarde de sábado terá as cerimónias fúnebres esta segunda-feira em Castro Daire.

O helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro na sexta-feira, próximo da localidade de Samodães, Lamego, transportando um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.

O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.

Ainda na sexta-feira foram localizados os corpos de quatro militares da GNR. O quinto foi localizado no sábado à tarde, depois de intensas buscas no local.

As causas do acidente ainda não são conhecidas.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e que está a investigar o acidente.