Luís Miguel Pina, adepto dos No Name Boys e suspeito de ter atropelado mortalmente Marco Ficini na madrugada do último sábado junto ao estádio da Luz, foi ouvido este sábado pelo juiz. À chegada ao Campus da Justiça, o advogado Carlos Melo Alves falou aos jornalistas e deixou mais algumas pistas para o que pode acontecer durante o dia. Mesmo antes de entrar nas instalações, admitiu que o seu cliente se apercebeu do que tinha acontecido logo na altura.

Naquele dia já tinha percebido [o que se tinha passado] e foi ter comigo, a chorar”, avançou o advogado Carlos Melo Alves, aos jornalistas.

Antes de ter admitido que o cliente se apercebeu da tragédia logo no momento, já Carlos Melo Alves tinha sido confrontado com uma série de outras questões como, por exemplo, sobre se estaria mais gente com Luís Pina no carro, naquela noite.

“O facto de estar com mais elementos no carro pode mudar alguma coisa em relação ao processo? Está a dar-me uma novidade”, começou por repetir três vezes. “Se conseguir tirar uma dedução destas palavras… Verão depois o que dirá. O que me estão a dizer agora constituiu uma novidade”, prosseguiu. “O processo só agora se está a iniciar, a investigação só agora começou e quando foi o despacho final o Ministério Público entenderá se deverá ser apenas este arguido ou mais”, acrescentou a propósito da possibilidade de haver mais arguidos no processo.

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“Eu disse que o meu cliente estava a fugir?”, questionou, depois de, na quinta-feira, ter explicado ao Público que Luís Miguel Pina “teve de fugir porque adeptos da Juve Leo lhe atingiam o carro com pontapés e barras de ferro e, na fuga, aconteceu o acidente. “Não posso dizer o que o meu cliente me disse ou saberiam tanto como eu, o que eu não quero. Se o impacto social pode contribuir para uma medida de coação mais pesada? Espero que não, espero que não… Aconselho a ler alguma literatura sobre isso e somos todos unânimes a dizer que isso não vale, isso não pode acontecer”, salientou, falando também sobre as medidas de coação que poderão ser aplicadas.

“Tenho esperança que se faça justiça. Às vezes as coisas acontecem como penso, outras não. A justiça, para mim, é que se cumpra a lei. Foi detido com mandato de detenção, a questão que se pode colocar é se o mandato é legal ou ilegal, mas também não vou dizer o que penso sobre isso“, avançou, antes de assegurar que Luís Pina “vai falar”.

Entregou-se passados seis dias? Não é verdade. Entregou-se, é o que interessa. Não foi seis dias depois. Isso é o que vocês sabem… O que posso dizer é que não se entregou seis dias depois. A visão é que quer colaborar com a justiça, ter-se entregue naquele dia não quer dizer que andasse a fugir. Porquê? Por várias questões, que não têm grande interesse jornalístico e que esclarecerá se assim for solicitado”, frisou.