Por via dos sucessivos recarregamentos, sobretudo os rápidos de alta tensão, as baterias dos automóveis eléctricos têm um prazo de utilização limitado, pelo menos nessa sua principal função de alimentar os motores que os animam. À partida, quando a dita termina, o seu destino seria a reciclagem, mas a Renault tem por objectivo conferir-lhes uma segunda vida, e já tem em marcha um projecto destinado a avaliar essa possibilidade.
A iniciativa da marca do losango, que foi estabelecida em parceria com a Powervault, arranca em Julho próximo, durará um ano e visa transformar as baterias usadas dos veículos eléctricos em unidades de armazenamento de energia domésticas – depois de desmanteladas e transformadas em unidades mais pequenas. O que permitirá, por um lado, reduzir em 30% os custos das baterias da empresa britânica e, por outro, estimular o desenvolvimento de um sistema energético doméstico no Reino Unido.
Para já, o projecto arranca com um programa-piloto, em que serão testadas 50 unidades destas unidades de armazenamento de energia domésticas, instaladas em casas de clientes da eléctrica britânica M&S Energy que já possuam painéis fotovoltaicos. O objectivo, nesta fase, é avaliar a eficácia das baterias, na sua nova função, bem como a reacção dos utilizadores ao armazenamento de energia em casa.
De sublinhar que o sistema de baterias domésticas da Powervault pretende permitir aos seus proprietários armazenar a energia gerada pelos seus painéis solares, tanto para uma utilização posterior, como para fornecimento à rede nos horários em que a utilização em casa seja menos necessária, ou mesmo nula. O recurso às baterias usadas da Renault, além da redução de custos, permite prolongar o respectivo ciclo de vida, em média de 5 a 10 anos quando exclusivamente utilizadas nos automóveis, antes de serem, efectivamente, recicladas.