Os fadistas Carminho e Camané atuam esta quinta-feira, no Kennedy Center, em Washington, com a Orquestra Sinfónica Nacional dos Estados Unidos.

“É um concerto de grande prestigio e importância para nós, tanto para mim como para o Camané. É uma honra estar ao lado dele e com a orquestra aqui, no Kennedy Center, um palco tão emblemático”, disse a fadista à agência Lusa.

O concerto faz parte de “Iberian Suite: Arts Remix Across Continents”, uma mostra de divulgação da cultura de Portugal e de Espanha, que conta com a participação de artistas da lusofonia e da América Latina, que acontece até 24 de março.

“É o reunir da expressão artística mais importante de cada país e [por isso] orgulha-me muito estar aqui e ter sido convidada”, disse Carminho.

Além da orquestra, tanto Carminho como Camané serão acompanhados pelos seus músicos e farão interpretações a solo, além dos momentos do concerto em que vão colaborar e atuar em conjunto.

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“Tenho a certeza de que vamos fazer um concerto muito bonito, porque somos amigos, já partilhamos muita história. Temos muito em comum em relação ao fado e isso vai com certeza notar-se em palco”, explicou a artista.

A orquestra vai ser dirigida pelo maestro Jesús López-Cobos, um dos mais célebres maestros espanhóis.

Carminho acredita que “uma orquestra consegue traduzir, de uma maneira clássica, todos os estilos musicais, porque tem muitos instrumentos, porque se consegue adaptar a várias sonoridades.”

“É uma forma de expressão elevada”, garante a cantora. “Tem sempre uma sonoridade clássica, que lhe dá uma solenidade muito grande”.

“Para cantar e interpretar o fado estarão lá os meus músicos, para que esse lado mais tradicional prevaleça”, explicou.

Esta é a primeira viagem profissional de Carminho aos Estados Unidos. Camané, que chega mais tarde à capital federal norte-americana, já atuou antes para o público norte-americano, nomeadamente em 2011 e em 2014. Desta vez, o fadista inicia em Washington uma digressão pelos Estados Unidos.

Antes do concerto de quinta-feira, Carminho atuou no espetáculo de abertura do festival, em que cantou o tema “The impossible dream” e o fado “Escrevi teu nome no vento”, e teve também um concerto em Newark, Nova Jérsia.

Apesar de o Governo português ter trabalho com o centro cultural de Washington na definição do programa, Carminho foi uma escolha do Kennedy Center.

“É fruto do nosso trabalho, de uma constante perseverança em representar aquilo que é a minha identidade, não só como portuguesa mas como Carminho e como artista. Se isso representa o meu país, fico feliz, porque o objetivo foi cumprido”, disse a fadista à Lusa.