Na segunda-feira à tarde, Lara chegou a casa pela mão do avô. Era assim quase todos os dias: depois de um dia de escola, a criança de sete anos brincava na rua enquanto o avô apanhava sol num banco de jardim mesmo em frente ao prédio onde moravam, no número 2 da antiga Barra 11 do bairro da Icesa — que agora dá pelo nome de Rua Primeiro de Dezembro — em Vialonga, Vila Franca de Xira.

Quem os viu naquela rotina não encontrou sinais do que viria a passar-se no 1.º andar do apartamento daí a algumas horas. Cerca de dez minutos depois das quatro da manhã, Joana, a mãe de Lara, encontrou o pai, um homem de 69 anos, desorientado depois de esfaquear a criança na zona do pescoço. E também o viu com cortes profundos nos pulsos e no próprio pescoço.

Os gritos desesperados de Joana ecoaram por todo o prédio, e até sobressaltaram quem dormia nos apartamentos vizinhos — ainda que alguns garantam não os ter ouvido e outros admitam ter tido medo de abrir a porta. Joana saiu de casa com a filha ensanguentada nos seus braços, em direção à rua e em busca de quem a acudisse. Não encontrou ninguém.

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