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Carrie Bradshaw, famosa escritora, it girl de Nova Iorque e arrendatária de um dos mais famosos apartamentos de Nova Iorque
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Carrie Bradshaw, famosa escritora, it girl de Nova Iorque e arrendatária de um dos mais famosos apartamentos de Nova Iorque

Carrie Bradshaw, famosa escritora, it girl de Nova Iorque e arrendatária de um dos mais famosos apartamentos de Nova Iorque

Clustercore. O caos organizado à la Carrie Bradshaw despertou um movimento no TikTok

Tire a tralha das gavetas e exponha-a com carinho. Acolha os seus desígnios anti-Marie Kondo. A nova tendência de decoração é sobre contar uma história com pequenos objetos, qual série dos anos 90.

Invejosos dirão que é desarrumação, mas há uma intencionalidade no clustercore que o posiciona na fina fronteira entre caos e organização, qual corda bamba dos interiores. Os fervorosos defensores da tendência de decoração esclarecem: não é desmazelo, é uma curadoria cuidada de pequenos objetos, coleções e recordações. É o apartamento de Carrie Bradshaw ou um filme de Sofia Coppola: colar de pérolas no cinzeiro, sapatos espalhados pelo chão, um exército de velas acesas, plumas rosa-choque penduradas no armário.

As parecenças com o cluttercore são óbvias, começando pelo nome, mas não confundamos as duas abordagens. O clustercore, como dizíamos há pouco, vive de aglomerados intencionais de objetos — cluster pode ser traduzido como “conjunto”. Cluttercore, por seu lado, parte da palavra clutter (“desordem”), que pressupõe uma certa aleatoriedade, um conforto que reside na descontração do caos.

O icónico apartamento de Carrie Bradshaw no Upper East Side de Nova Iorque, em "O Sexo e a Cidade"

Do TikTok para a imprensa internacional, a profeta deste movimento é Avery-Claire. Em 2023, criou a página Girls Who Cluster para guiar os seus discípulos pelos mandamentos do clustering. Com um ponto de vista forte e uma linha estética que tem tanto de glamour como de nostalgia, conquistou milhares de seguidores pelo caminho.

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“Parece que sou famosa”, comentou com os seguidores em junho, depois de fazer uma pesquisa aleatória pelo seu próprio nome no Google. “Múltiplas publicações de relevo escreveram sobre mim e não fazia ideia.”

Os registos do seu e de outros apartamentos que foi partilhando nas redes sociais, representantes paradigmáticos do clustercore, chamaram a atenção a quem de direito. L’Officiel, Bustle, Apartment Therapy, Better Homes & Gardens, mencionando apenas alguns, deram conta da tendência e ajudaram a proliferá-la, atribuindo a Avery o posto de especialista no tema.

Garrafa de vinho na retrete, livros na lareira, estatuetas e vasos de flores. Exemplos paradigmáticos do clustercore na página de Instagram @girlswhocluster

“Pense desta forma: o clustercore é uma celebração dos seus bens mais preciosos“, lê-se no site de Martha Stewart, onde é descrito como a “derradeira” linha estética para “colecionadores ávidos”.

O objetivo final é ter uma casa com personalidade, um espaço único que reflete os gostos e o estilo de vida de quem o habita. “Por exemplo”, descreve no mesmo artigo a designer de interiores Melinda Trembly, “uma coleção de rolhas de champanhe de ocasiões especiais guardadas numa taça prateada junto a uma nota escrita à mão pela mãe. Os objetos podem ser simples, mas são expostos de um modo que lhes dá importância.”

Para Avery-Claire, a melhor forma de o explicar é imaginando os apartamentos de séries e comédias românticas, particularmente dos anos 90, como “O Diário de Bridget Jones”, “O Sexo e a Cidade”, “Você Tem uma Mensagem” ou “Friends”. “É difícil de concretizar porque, se o fizerem mal, pode parecer desarrumado, mas é a arte de pegar nas coisas, expô-las em pequenos cantos do apartamento e elevá-lo de uma caixa branca bem decorada a uma beleza feminina, bonita e sem esforço”, explica no TikTok.

@acnugs

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♬ Choking on Flowers – Fox Academy

É como transformar a casa “no cenário do filme da sua vida”, continua. Mas não são precisos avultados investimentos financeiros para o conseguir, nem uma consulta com um designer de interiores. Basta tirar a tralha das gavetas e expô-la com carinho. “As nossas coisas são lindas porque contam a história de quem somos e tornam o apartamento mais acolhedor.”

Há uma série de produtos icónicos e com uma essência vintage que estão codificados com o espírito do clustercore, de acordo com Avery-Claire: verniz da Chanel, print leopardo, lojas de souvenirs, comprar uma garrafa de vinho só por ser bonita, sombra de olhos com glitter, colar autocolantes em todo o lado, Hello Kitty, selar cartas com um beijo, Priscila Presley.

Mas atenção: a sua curadoria pessoal não deve assoberbá-lo negativamente. “Os seus objetos devem fazê-lo sentir-se seguro, não sufocado! Para evitar que aconteça, não empilhe simplesmente montes de coisas nas suas prateleiras e paredes”, adverte Paul Fleming, diretor da histórica empresa de decoração de interiores Fleming & Howland, em entrevista à Ideal Home. “Seja seletivo em relação ao que escolhe incluir e acrescente peças ao longo do tempo, para permitir que o espaço respire e cresça consigo.”

[O apartamento de Bridget Jones: outro famoso exemplar do clustercore:]

“A ideia é fundir harmoniosamente diferentes cores, padrões, texturas e camadas a um lugar, sem que pareça caótico”, recomenda, por outro lado a designer de interiores Jung Lee ao site de Martha Steawart. Não tenha medo de misturar papéis de parede e têxteis ousados. “A tendência é sobre contar uma história que transmita alegria.”

Precisa de mais dicas para seguir em frente? Espreite na infobox (em baixo) o guia prático para um clustering bem-sucedido.

Guia prático: dicas para um "clustering" bem-sucedido

Mostrar Esconder
  • Empilhe os livros no chão;
  • Cole fotografias, bilhetes e postais na porta do frigorífico;
  • Acumule castiçais, decore-os com laços de cetim e acenda as velas;
  • Não tenha medo de deixar a porta do roupeiro aberta: quanto mais plumas e lantejoulas à mostra, melhor;
  • Seja seletivo: não é suposto sentir-se sufocado pelos objetos;
  • Exponha frascos de perfume antigos na casa de banho;
  • Distribua os conjuntos de objetos entre diferentes taças e tabuleiros — isto facilita o momento de limpeza.

O contraste com o famoso método de arrumação de Marie Kondo é gritante. Se tentou, sem sucesso, seguir os desígnios minimalistas da célebre consultora japonesa e acabou por concluir que grande parte dos seus objetos lhe “despertam alegria”, não se sinta mal. Acolha-o. É possível que seja apenas mais um discípulo deste novo movimento.

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