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Patrols In Militarised Polish-Belarusian Border Zone
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O governo polaco explicou que este documento com mais de 30 páginas serve para dar à população "a habilidade de lidar com situações ameaçadoras"

Getty Images

O governo polaco explicou que este documento com mais de 30 páginas serve para dar à população "a habilidade de lidar com situações ameaçadoras"

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Como reagir a uma invasão e o que fazer durante um ataque nuclear. Com o conflito à porta, Polónia publica "guia de guerra"

A Polónia divulgou um guia para ajudar a população a sobreviver durante uma guerra, explicando-se como fugir a um conflito, o que fazer durante uma explosão ou como se comportar se se for feito refém.

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O que fazer em caso de ataque nuclear, como preparar uma “mochila de evacuação”, como a população deve reagir diante de soldados estrangeiros e como se deve comportar se for feita refém. Com a guerra na Ucrânia à porta das suas fronteiras, a Polónia divulgou nos últimos dias um “guia de guerra” com informações práticas e de procedimentos a seguir numa eventual “situação excecional” — um conflito bélico ou um ataque nuclear, por exemplo. “Esteja preparado” é o nome do manual de “comportamento [a adotar] em caso de ameaça”.

O governo polaco explicou que este documento com mais de 30 páginas serve para dar à população “a capacidade de lidar com situações ameaçadoras”, um “elemento para construir uma sociedade resiliente, que se traduz diretamente na resiliência do Estado”. O diretor do Centro de Segurança Governamental, Damain Duda, sublinhou que o guia não tem como objetivo gerar o pânico para um possível conflito, mas antes explicitar “de uma forma simples como se deve preparar a população para agir durante uma situação de crise”.

“Pode ser um acidente ou uma emergência numa fábrica que usa substâncias perigosas”, exemplificou, sinalizando que este guia é idêntico àquele distribuído nos Estados Unidos e nos países nórdicos.

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A comunicação durante uma crise e a informação, que pode ser uma “arma”

Um dos principais conselhos deste guia prende-se com a comunicação da crise, mesmo que esta envolva os mais novos. “Para aumentar a sua segurança e do seu agregado familiar, deve falar com quem vive (inclusive com crianças) sobre os potenciais perigos e como lidar com eles”, lê-se, havendo também várias dicas sobre como lidar com a informação numa altura de conflito.

Uma das advertências é “lembrar que a informação pode ser uma arma e todos podemos ser o seu alvo”, sendo que o documento aconselha a “resistir às emoções” e a “verificar a fonte”. “Não se deve espalhar rumores e informações não verificadas“, recomendando-se o recurso a “mais de que uma fonte confiável”, de modo “a testar se as notícias são ou não verdadeiras”.

Anti-Covid Freedom March In Krakow, Poland

"A informação pode ser uma arma e todos podemos ser o seu alvo", lê-se no guia

NurPhoto via Getty Images

Neste âmbito, o governo polaco também indica que, durante uma crise, os cidadãos vão receber uma mensagem no seu telemóvel, em que consta as recomendações e dá mais detalhes “sobre o comportamento seguro” durante uma guerra.

Em contrapartida, a comunicação deve ser limitada: deve-se evitar ligar para outras pessoas. “Deve limitar-se as chamadas para amigos, amigos e familiares. As linhas de comunicação podem ficar congestionadas, dificultando o trabalho dos serviços de polícia e bombeiros”, justifica o guia, apontando que, em vez disso, deve-se “enviar SMS” ou mensagens pelas redes sociais.

Desde os transportes à mochila de evacuação. Como alguém deve fugir durante uma guerra

Numa situação de guerra, o guia aconselha a arranjar um abrigo para que a população tenha onde esconder-se. Caso o abrigo esteja sob ameaça, o melhor é mesmo “fugir”. “Uma crise ameaça a segurança. Todos têm de sair”, pelo que o documento recomenda ter uma “mochila de evacuação” preparada para todos os membros do agregado familiar, havendo uma “em casa, no local de trabalho e no carro”.

Dentro da mochila devem estar, entre outros objetos, uma lanterna, documentos, um apito, um isqueiro e sacos de lixo. “Certifique-se de que os seus familiares sabem onde está este kit de emergência” lê-se noutro dos conselhos partilhados.

Na possibilidade de ter de sair de casa para fugir a um evento de guerra, a população deve assegurar que tem “reserva de combustível” disponível, um “pneu suplente”, “mapas” (uma vez que o sistema GPS pode não estar a funcionar), devendo as pessoas em fuga num país em conflito estipular também um ponto de encontro para que todos se reúnam em “caso de separação acidental”.

Antes de fugir, o guia também recomenda que as pessoas “mudem de roupa” e “protejam a casa” (desligando todos os aparelhos elétricos). Durante a fuga, a população deve “seguir as ordens” da polícia, utilizar “os percursos recomendados pelas autoridades” — sendo que a circulação em pontes e viadutos é desaconselhada —, devendo também “evitar-se estradas desconhecidas”.

A sign of the state border between Poland and Germany seen

A circulação em pontes deve ser evitada

SOPA Images/LightRocket via Gett

Ataques nucleares, troca de tiros: como reagir?

Durante uma guerra, pode haver episódios extremos de violência. No caso de um tiroteio, lê-se no guia, “o mais importante” é sair de perto do “atacante”. “Deve correr para o mais longe possível”; caso isso não seja possível, o conselho é o de que a população deve esconder-se num abrigo. “Deve silenciar-se o telemóvel, baixar as persianas e apagar as luzes”, sendo também desaconselhado que as pessoas se “escondam em grupo”. “Cinco pessoas escondidas num armário aumenta a probabilidade de gerar ruído adicional.”

No cenário mais extremo, “se a fuga e o esconderijo não resultarem”, deve “lutar-se”. “Não se deve ter medo de magoar o agressor — ele é o tipo mau. A passividade pode fazer a diferença na vida de outras pessoas.”

"Não se deve ter medo de magoar o agressor — ele é o tipo mau. A passividade pode fazer a diferença na vida de outras pessoas."
Guia da guerra polaco

Já numa eventualidade de ocorrer uma explosão, e caso sinta e ouça uma, a população deve “cair no chão e cobrir a cabeça com as mãos”. O passo seguinte é sair do local e “ajudar os feridos”, caso se encontre algum no local. “Nunca usar os elevadores”, é outra das recomendações.

Em caso do uso de armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, cuja “consequência mais grave pode ser doença grave e morte súbita”, há uma série de recomendações presentes no guia.

  • Armas químicas: “Tem um espetro muito amplo e efeitos que podem ser fatais na maioria dos casos.” Na hipótese de entrar em contacto com este armamento, deve “sair-se da área contaminada o mais rapidamente possível”. Seguidamente, as pessoas devem “mover-se na direção oposta ao vento”, “proteger o trato respiratório e a pele” e “tomar um banho”. Depois disso, “embalar as roupas sujas num saco plástico e deitá-las no lixo”.
  • Armas biológicas: “A contaminação que resulta do contacto com bactérias, fungos, parasitas e toxinas. A infeção pode ocorrer no trato respiratório, digestivo e olhos.” Se houver um contacto, a área contaminada deve ser abandonada, recomendando-se o uso de uma máscara. O guia explica que se deve “tomar um banho, vestir roupas limpas” e também “fechar as janelas” — bem como “desligar ventiladores e ares condicionados”.
  • Armas nucleares: “A radiação nuclear pode danificar a estrutura dos genes e causar cancro. É especialmente perigoso inalar ar contaminado ou engolir alimentados contaminados.” Para que a população se proteja deste perigo, deve optar-se por procurar abrigo numa “sala com paredes grossas”. As pessoas expostas a este tipo de armamento devem permanecer em espaços interiores — o menos ventilados possível — durante 24 horas.

Roupas neutras e não sair de casa após o anoitecer. O que fazer em caso de invasão estrangeira?

Se a Polónia eventualmente for ocupada por uma potência estrangeira, o guia aconselha a que a população “permaneça calma”. Na rua, se se verificar a presença de militares, deve “mudar-se de direção e escolher uma alternativa”. “Não se deve aproximar de carros estrangeiros nem olhar para tanques”, uma vez que há possibilidade de se ser considerado um espião, além de que não se deve tirar fotografias exatamente pelo mesmo motivo.

“Se o militar estrangeiro quiser verificar os documentos, devem ser entregues. Deve seguir-se as suas instruções”, aconselha o guia, que também dá conta de que se deve usar “roupas com cores neutras” e deve evitar-se sair “sem necessidade após o anoitecer”.

Numa possibilidade de ocorrer uma situação mais grave que o contacto com militares — por exemplo, se alguém for feito refém —, o objetivo passa explicitamente a ser “sobreviver”. Adicionalmente, deve “aceitar-se a situação em que se encontrar e preparar-se para esperar”, evitando “entrar em pânico”. “Os primeiros 45 minutos serão os piores”, refere o documento divulgado na Polónia.

"Se o soldado estrangeiro quiser verificar os documentos, devem ser entregues. Deve seguir-se as suas instruções"
Guia de guerra polaco

Perante um militar estrangeiro, a população deve seguir as suas instruções e passar tempo com ele: “Quanto mais tempo ficarem juntos, menores são chances de ele ser violento”. Ainda assim, não se deve “tentar fazer conversa”, apenas “responder educadamente”. “Deve comer-se os alimentos disponíveis, mesmo que não se tenha vontade, e dormir muito” — ou seja, aproveitando cada momento disponível para esse efeito —, aponta o guia, sendo que a possibilidade de fuga deve apenas ocorrer se se “tiver a certeza” de que tal hipótese “terá sucesso”.

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