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O hotel Gstaad Palace, nos Alpes Suiços
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O hotel Gstaad Palace, nos Alpes Suiços

D.R.

O hotel Gstaad Palace, nos Alpes Suiços

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Muda a decoração, ficam as histórias. 5 hotéis icónicos que reabrem portas depois das obras

O Carlton volta a animar Cannes, o Cap-Eden-Roc redecorou as suites, o La Palma receberá de novo clientes em Capri, o palácio de Gstaad esteve em obras e o londrino Dorchester tem novos espaços.

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Duas joias da Riviera francesa, um palácio dos Alpes suíços, uma antiga villa de Capri e um colosso londrino. São cinco hotéis que dedicaram os últimos tempos a obras de renovação — umas foram profundas e obrigaram a fechar portas, outras refrescaram o espaço com nova decoração. Todos têm em comum trazer novidades para os seus hóspedes, mantendo sempre o carisma que os converteu em referências. Podem pintar-se as paredes, mas nunca se apagarão as histórias que guardam. Para pensar em reservas para o verão ou simplesmente sonhar com um pouco destes paraísos na Terra, reunimos estas moradas, que acrescentam mais uns capítulos às suas histórias.

Um refúgio de artistas e palco de estrelas sob o sol do Mediterrâneo

O primeiro projeto hoteleiro para um iluminado e atraente pedaço de terra numa península da Côte d’Azur entre Cannes e Antibes foi ideia do antigo dono do jornal Le Figaro, Jean Hippolyte Auguste Delaunay de Villemessant, e consistia em ali criar uma espécie de residência onde artistas e escritores da zona pudessem recarregar energias. Desta ideia apenas se aproveitou o nome, “Villa Soleil”, uma vez que o empreendimento que ali nasceu foi um hotel de luxo e, mesmo assim, durante a construção o nome foi mudado para Grand Hotel du Cap. Abriu as portas em 1870, o mesmo ano em que rebentou a guerra franco-prussiana e três anos mais tarde viria a Grande Depressão, que também se revelou longa. Em 150 anos de história este Hotel Cap-Eden-Roc também já passou por duas guerras mundiais e duas pandemias.

O sol e o calor já lá estavam, mas foram os americanos que trouxeram o brilho e fizeram deste hotel um hot spot da cena social durante o verão na década de 1920. Nas décadas de 1960 e 70 foi cenário ao gosto de Slim Aarons, famoso fotógrafo da sociedade, e soube manter o seu encanto ao longo dos anos, como cenário de luxo e escolha das celebridades.O longo passeio que liga o hotel à praia foi passerelle de um desfile da casa Chanel, em maio de 2011, e em 2022 foi  palco da gala de beneficiência amfAR, que acontece sempre na altura do Festival de Cinema de Cannes.

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O Hotel du Cap-Eden-Roc é um belo cenário à beira mediterrâneo, a alguns quilómetros de Cannes, de Nice e do Mónaco, e tem ambientes recheados de histórias de celebridades. Há nomes para todos os gostos, áreas e épocas. Vários autores se inspiraram para escreverem os seus livros, como Fitzgerald (que o imortalizou em “Terna é a Noite”), Hemingway, Stefan Zweig ou Noël Coward, bem como Chagall, Picasso e Matisse para pintarem os seus quadros. Neste pedaço de paraíso na Riviera francesa também houve quem tirasse partido do seu lado romântico. Elizabeth Taylor levou lá todos os seus maridos, John Lennon e Yoko Ono, ou Serge Gainsbourg e Jane Birkin também se deixaram apaixonar. Na década de 1930, foi cenário do namoro do Rei de Inglaterra com Wallis Simpson, das paixões de Marlene Dietrich, uma delas com Joseph P. Kennedy, e terá sido por estes corredores que Rita Hayworth e Aly Khan se enamoraram.

No Cap-Eden-Roc a piscina tem vista para o Mediterrâneo

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O endereço foi refúgio de grandes figuras políticas como Churchill, o general De Gaulle ou o clã Kennedy, segundo conta a Town & Country. Um pouco disto tudo pode ser encontrado no livro coffee table “Hotel du Cap-Eden-Roc: A Timeless Legend on the French Riviera” (Flammarion, 78 euros, aproximadamente). Ao longo dos anos pertenceu apenas a duas famílias, os italianos Sellas e, desde 1969, está nas mãos dos alemães Oetker, um grupo com nomes de peso na indústria hoteleira.

A 14 de abril, o hotel reabre as portas para a época de 2023 e vai apresentar 46 suites com novidades. São menos sete do que o que costuma ter, mas foi este o custo de modernizar e expandir estas câmaras. Todas foram redecoradas e coube à Condessa Bergit Gräfin Douglas da MM-Design Frankfurt supervisionar o projeto. Afinal, é dona de uma parte do Dr. August Oetker, o conglomerado que se dedica à alimentação, hotéis e serviços financeiros, e que tem o nome do seu avô, um farmacêutico que deu os primeiros passos neste negócio em 1891, a vender fermento em pó não perecível, segundo a Forbes.

Azul e branco são as cores que dominam a nova decoração, enquanto obras de arte pós-moderna e contemporânea de artista bem conhecidos, como por exemplo, Andy Warhol, John Baldessari ou Alex Katz, enriquecem o ambiente. Bergit Gräfin Douglas garantiu que 80% dos elementos decorativos fossem de origem europeia, principalmente francesa. Há 111 acomodações, entre quartos e suites, distribuídas por três espaços diferentes: a Villa Soleil original, o Pavilhão Eden-Roc e a residência Les Deux Fontaines. Alguns dos ingredientes chave deste espaço são também a piscina à beira Mediterrâneo e os seus três restaurantes.

Os novos espaços do Hotel Cap-Eden-Roc

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Uma villa de artistas convertida em hotel de luxo

O hotel La Palma seria formalmente conhecido como Locanda Pagano e o seu primeiro dono foi Giuseppe Pegano. Terá sido o primeiro hotel da ilha italiana de Capri e abriu ao público em 1822. Nesta villa do século XIX, Pegano gostava de receber viajantes pelo prazer de ter longas conversas. Por lá terão passado escritores, artistas e músicos, que demonstravam a sua gratidão através da sua forma de arte, ou seja, a pintar ou a escrever, o que valeu ao hotel o nome não oficial de Hotel dos Artistas. Agora pertence ao grupo Oetker Collection e à Reuben Brothers. Estimava-se que abrisse em abril de 2022, quando completava 200 anos, mas a abertura está reagendada para esta primavera.

Será o primeiro hotel do designer de interiores Francis Sultana que descreve o projeto como “uma carta de amor a Capri”. O designer visitou a ilha pela primeira vez no início dos seus vinte anos e apaixonou-se à primeira vista, daí que a ilha e a costa amalfitana tenham servido de fonte inspiração, bem como o encanto de “La Dolce Vita” que a ilha ganhou na década de 1950. Azul, verde e turquesa são as cores estrela da paleta cromática da decoração. Sultana contratou tanto artesãos italianos de renome, como locais.

Os novos espaços do hotel La Palma

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O hotel terá um intenso ambiente artístico. Haverá frescos de Roberto Ruspoli, artista italiano que recuperou esta forma de arte antiga. O número de quartos passou de 80 para 50, incluindo 18 suites, cada uma com a sua própria varanda ou terraço. Nos quartos, obras de arte da artista Luisa Lambri dialogam com mobiliário artesanal da marca italiana de 1889 Bonacina. Nas casas de banho, a mármore e o bronze formam uma equipa de materiais estrela. Segundo o site do designer, as zonas de bar e restaurante são um reflexo da “inconfundível assinatura estética Francis Sultana”.

Vai ter um bar e restaurante no rooftop, um novo terraço de piscina com um bar inspirado na década de 1950, spa e boutiques de marcas de luxo. Como não podia deixar de ser em Itália, o hotel promete boa comida italiana com dois restaurantes a cargo do “estrelado” chef Gennaro Esposito. O La Palma está localizado no centro de Capri e vai passar a ter o seu próprio clube de praia na costa, a uma curta viagem de distância do hotel, em Marina Piccola.

O hotel da realeza que serve cocktails de Bond, James Bond

Qualquer ligação à realeza não é pura coincidência. Na verdade, o terreno londrino com vista para Hyde Park onde o Hotel Dorchester hoje se ergue foi onde em 1792 o Earl de Dorchester, Joseph Damer, comprou a sua casa, a Dorchester House, o que explica a origem do nome. Em 1910 a casa tornou-se a embaixada Norte-americana, na Primeira Guerra Mundial foi um hospital, e em 1929 foi demolida. Depois, em apenas 18 meses, foi construído o hotel que tem lá morada e que abriu a 20 de abril de 1931. Nessa primeira década, assistiu a bailes e eventos literários.

Na segunda metade da década de 1940, depois da II Guerra Mundial, havia pelo menos, um baile de beneficiência por semana e quase sempre por ali se encontraria presente algum membro da família real. Em 1953, a propósito da coroação da Rainha Isabel II, o hotel contratou o designer de cenários Oliver Messel para criar uma decoração para toda a fachada. Foi aqui que o príncipe Filipe fez a sua despedida de solteiro e que os ministros do governo britânico se abrigaram durante o grande bombardeamento alemão entre 1940/41 que ficou conhecido como Blitz.

Uma das hóspedes estrela do Dorchester é, sem dúvida, Elizabeth Taylor. Ficou instalada 37 vezes — o hotel criou uma casa de banho em mármore cor de rosa na Harlequin Penthouse, especialmente concebida para a atriz, segundo conta a Traveller, e terá sido no banho, neste cenário romântico, que assinou o contrato para o filme “Cleópatra”.

Apesar de toda a linhagem real e papel social, o hotel foi apanhado num protesto a nível internacional. Em 2014 o grupo Dorchester foi alvo de um boicote por parte da elite internacional que frequentava os hotéis. Na altura o Brunei punha em vigor uma série de leis islâmicas novas que puniam homossexuais, nomeadamente, com uma sentença de 10 anos de prisão ou mesmo morte por apedrejamento. Sendo a Brunei Investment Agency, braço do ministério das finanças do Brunei, a dona do grupo The Dorchester Collection, que tem uma série de hotéis de luxo, o boicote foi uma forma de inúmeras celebridades se manifestarem contra a política do país árabe.

A fachada e a nova entrada do Dorchester, no centro de Londres

As últimas grandes obras de renovação do Hotel Dorchester decorreram em 1990, e a reabertura contou com a presença do príncipe Filipe. Apesar de terem sido as mais profundas renovações em 30 anos, manteve-se aberto ao público. A primeira parte das alterações ficou completa em dezembro e os bares abriram em janeiro. A entrada do hotel, o restaurante The Promenade, a nova boutique Cake & Flowers e quartos e suites, foram alterados e os projetos ficaram a cargo de Pierre-Yves Rochon. O Dorchester conta com novas suites “signature” e “junior” e a nova decoração dos espaços de alojamento tem uma paleta de cores inspirada nos típicos jardins ingleses. Anteriormente, o design das suites já havia sido um projeto da portuguesa Alexandra Champalimaud.

The Promenade é um dos restaurantes, o espaço que o próprio Dorchester define como “o coração do hotel”, e que foi totalmente alterado. Serve refeições do pequeno-almoço ao jantar, passando pelo chá das cinco, e passou a ser a casa de uma série de obras de arte contemporânea de artistas britânicos. A concorrência dentro do próprio hotel é feroz uma vez que existem mais restaurantes, um deles do chef Alain Ducasse e com três estrelas Michelin. A boutique Cake & Flowers é uma novidade onde o florista/designer, Philip Hammond, e chef pasteleiro, Michael Kwa, ambos residentes, podem manifestar a sua criatividades. Tem porta aberta para a rua e vende bolos, chocolates, bouquets e cabazes, tudo com assinatura dos criativos.

Ao Martin Brudnizki Design Studio coube desenhar o novo Vesper bar, cujo interior tem agora inspiração na década de 1930 e conta com uma série de peças de Cecil Beaton como decoração, de desenhos a fotografias de celebridades. O nome tem origem num dos clientes famosos do hotel, Ian Fleming, que o frequentou desde a década de 1940 até morrer, em 1964. O autor de James Bond inventou o Vesper Martini e este é apenas uma homenagem a uma longa ligação que o hotel tem à saga do espião. O Dorchester orgulha-se de já ter hospedado os seis James Bond, os quatro Ms, 14 Bond Girls e nove vilões, que passaram pelo cinema. Nas décadas de 1960 e 1970 a empresa de produção dos filmes do espião do MI6, a EON, chegou a ter um escritório próprio no hotel. Mas entre “cocktails mexidos e não batidos” há outro novo bar, o Artist’s Bar, decorado com obras de artistas que estão a trabalhar no Reino Unido.

Imagens dos projetos para as novidades do Dorchester. O restaurante Promenade, uma nova suite, a boutique Cake & Flowers e o bar

Um palácio nos Alpes com cofre suíço tornado restaurante

A história de encantar do Gstaad Palace, um verdadeiro palácio nos Alpes suíços, começa com a criação de uma linha férrea entre Montreux e Zweisimmen que fazia um desvio por Gstaad, que na altura era uma aldeia agrícola. Foi Robert Steffen, um professor do ensino secundário, quem teve a iniciativa de fazer o primeiro hotel de luxo da zona com a ajuda de investidores e do futuro sogro. O Gstaad Palace abriu as portas a 8 de dezembro de 1913 com 165 quartos, 70 dos quais com casa de banho privada, e 250 camas, aquecimento central e telégrafo próprio. O resultado de um investimento de 2.5 milhões de francos suíços, uma quantia bem avultada para a época.

As crises dos século XX levaram à queda do número de clientes. Mas também a investimentos para os chamar de volta. Durante a Primeira Guerra Mundial foi criado um torneio de ténis que viria a ser a base do atual Swiss Open Gstaad. Em 1934/35, foi a Grande Depressão que levou ao projeto de um funicular. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Banco da União da Suíça mandou construir uma caixa-forte debaixo do terraço do hotel, caso a administração do banco tivesse de se instalar lá. Hoje o espaço é um restaurante de fondue, La Fromagerie.

É há décadas um destino de neve dos famosos e milionários, esforçando-se por manter a discrição em relação aos seus clientes. No entanto, foi o próprio diretor geral, Andrea Scherz, quem confessou Town & Country que estrelas com o brilho da época dourada de Hollywood, como Elizabeth Taylor e Richard Burton ou Sophia Loren, já lá ficaram hospedados. Bem como os músicos Frank Sinatra, Robbie Williams e Bob Sinclar. Roger Moore, o “Agente Irresistível” que viveu tantas aventuras na neve como James Bond, foi cliente do hotel e chegou mesmo a viver em Gstaad durante algum tempo. Na década de 1960, as galas do hotel com grandes estrelas internacionais, atraíam muitas celebridades. Atuaram por aqui nomes como como Marlene Dietrich e também Johnny Halliday, Maurice Chevalier, Edith Piaf, Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Benny Goodman, Charles Aznavour, Mireille Mathieu e Dionne Warwick, conta o Telegraph.

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O Gstaad Palace, em 2014

Getty Images

O Palace tem, de facto, o aspeto de um palácio no meio da neve, com as montanhas como pano de fundo, como um cenário de conto de fadas. Um alojamento apropriado para a realeza? Talvez. Que o digam Rainier e Grace do Mónaco, o Xá da Pérsia, ou Diana, a Princesa de Gales. O hotel foi um dos cenários das celebrações do casamento religioso do filho mais velho da princesa Carolina do Mónaco, Andrea Casiraghi com a herdeira norte-americana de origem colombiana Tatiana Santo Domingo, em janeiro de  2014, que levou para Gstaad uma ilustre lista de convidados. Ou mesmo a realeza americana, representada por Jackie Kennedy, que vinha esquiar com a filha Caroline.

Apesar dos altos padrões de discrição, o Palace já teve a sua participação no cinema, no filme “O Regresso da Pantera Cor de Rosa” (1975), com Peter Sellers. Foi no Palace que abriu a primeira discoteca de Gstaad, a GreenGo, em janeiro de 1971. A pista de dança fica por cima de uma piscina coberta e, se os primeiros clientes famosos foram estrelas de cinema, rapidamente ganhou novos famosos fãs, como Tina Turner ou Madonna. Este ano vai finalmente celebrar o seu 50º aniversário, que tem estado em espera por causa da pandemia.

O hotel está nas mãos da família Scherz desde 1947 e faz remodelações em intervalos de 10 ou 12 anos. Beneficiou de grandes obras na primeira metade da década de 1950 e também no início da década de 1990. Em 2018 , o número de quartos aumentou, passando a um total de 90. No último ano, voltou a haver renovações, mas não obrigaram ao fecho do hotel, que reabriu em dezembro para esta temporada e para celebrar 110 anos. As principais alterações foram feitas na zona de bem estar, cujo jacuzzi ao ar livre tem agora o dobro de espaço (13 por 5 metros), vários quartos de hóspedes foram redecorados e o antigo espaço dedicado a jogos, a Salle Bridge, tornou-se uma sala de conferências.

Nos bastidores também houve várias alterações, como por exemplo nas acomodações do pessoal que trabalha no hotel e na criação de um novo espaço de convívio, a Marmite Lounge. A época alta é o Natal e a passagem de ano. Contava ao Guardian, em 2015, a gerente de relações com os hóspedes, que em dezembro a equipa crescia de 50 para 300 pessoas, trabalhava-se 13 a 14 horas por dia e o Natal era celebrado a 28 desse mês, o dia em que o trabalho abranda antes de se começar a preparar o Ano Novo. A pandemia terá provocado grandes alterações, mas o Palace está a trabalhar para regressar ao seu esplendor.

O novo jacuzzi e um dos quartos do Gstaad Palace

Stefano Scatà

O hotel que é uma verdadeira estrela de cinema

A verdadeira história do Carlton ultrapassa a ficção que já se escreveu sobre o hotel. Joia da Riviera francesa, o imponente edifício com ar de palácio tem morada em Cannes na famosa avenida que segue a linha da praia, no número 58 de La Croisette, e está a escassos metros da água do Mediterâneo. Segundo o Telegraph, as duas cúpulas na parte da frente no hotel foram criadas à semelhança do peito da bailarina e atriz espanhola Caroline Otero, assim como foi dado o seu nome ao restaurante no sétimo andar, La Belle Otero.

A mítica fachada do Carlton, na avenida Croisette, em Cannes

Romeo Balancourt

Quando o Carlton abriu em janeiro de 1911 era o sonho do londrino Henry Ruhl, destino da aristocracia britânica e também da russa, incluindo até a família imperial. “Viver com os tempos e deixar uma marca na história” tornou-se desde cedo a máxima do hotel. Está para sempre ligado à elite do espetáculo e luxo, ou não estivesse o Palácio dos Festivais, onde acontece o Festival de Cinema de Cannes, apenas uns metros de distância. Nas décadas de 1950 e 60, todas as grandes estrelas de cinema passaram por estes interiores. As raízes deste hotel vão além do brilho das estrelas do entretenimento, já que também serviu de cenário a importantes encontros políticos. Em janeiro de 1922 foi o palco da primeira conferência da Liga das Nações e em novembro de 2011 recebeu a cimeira do G20.

No filme de Alfred Hitchcock, “How to Catch a Thief” (“Ladrão de Casaca”, 1955) Cary Grant interpreta o ladrão de joias e Grace Kelly a bela herdeira norte-americana instalada precisamente neste hotel. Grace foi uma cliente tão importante que uma das suites mais prestigiadas até tem o seu nome. Contudo, tanto em 1994 como em 2013 o hotel foi cenário de assaltos bem reais. O primeiro foi à joalharia, e o segundo foi à sala de exposições — em ambos o roubo consistiu em joias no valor de milhões de euros.

O hotel fechou no outono de 2020 para preparar aquela que se anuncia como a maior transformação desde a sua abertura, em 1913, e prepara-se para abrir esta primavera, precisamente no ano em que celebra 110 anos. Os seus 369 quartos, incluindo 53 suites e 37 apartamentos voltarão a estar disponíveis em breve. Esta renovação é uma parceria entre a IHG Hotels & Resorts e a Katara Hospitality, empresa do Qatar dona do Carlton, segundo se pode ler no site da IHG. O projeto ficou a cargo do arquiteto Richard Lavelle e do designer de interiores Tristan Auer.

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