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Um grande e sentido olá. |
Não tenho grandes dicas para vos dar. Não sei mais do que vocês, não tenho mais experiência em coisa nenhuma — ou pelo menos experiência suficiente para me assumir como especialista seja no que for. |
Não tenho legitimidade para dizer o que é certo e o que é errado. Não sei se é preciso estudar para atirar tamanhas sentenças para a internet através de um email, mas se é isso que é necessário, pois então não contem comigo, que estudei o chamado “suficiente-obrigatório” e assim está bom para mim (as médias que alcancei são reflexo desta minha falta de ambição académica). |
Não sei muito sobre croissants. Quase nada sobre vinho. Menos, muito menos sobre brunches — a não ser que, por norma, são das coisas com a pior relação qualidade preço que a humanidade já viu (talvez sejam superados apenas pelo preço do álcool na noite e da cerveja em particular nos festivais de música). |
Aprecio feijoada, qualquer tipo de bacalhau (menos o que vem afogado em natas), canja, cozido, pernil, caldo verde, arroz de grelos, cabrito no forno, sardinhas todos os dias, ovas de choco e carapaus quando são mesmo bons (que é o mesmo que dizer “em todas as ocasiões, menos quando alguém os estraga”). Caramba, até gosto de bolo rei. Ou seja: zero elegância na mesa. |
Chego sempre atrasado à viralidade do mundo online (isto quando chego) e desconheço as apps que ajudam a resolver os problemas que criámos nos últimos anos, aqueles que têm a ver com a satisfação das necessidades que nós próprios inventámos. |
Ora tudo isto me parece suficiente para vos dizer que sou péssimo nesta posição de mordomo das coisas do Lifestyle, mas se é esse o meu dever na ausência (merecida) da Maria Ramos Silva, aqui estou. Ainda assim, há uma coisa que me fascina neste universo — e nesta newsletter em particular. Por isso vos digo que, apesar da minha inaptidão para o cargo, de uma coisa podem ficar certos: quem me dera ser um Experimentador Implacável. |
Se houver vaga, digam-me. Estou disposto a investir na nobre carreira de testar, provar, usar e abusar para depois dizer o que sinto. Aprendo rápido, escrevo ainda mais depressa, tenho opiniões, ainda que infundadas em muitas situações, e já não vou para novo — digamos que, em linguagem de pandemia, devo estar no meu planalto, a preparar a inevitável descida em direção a coisa nenhuma. Talvez por isso tenha feito tão mau uso de tantos parágrafos. |
Sem mais, despeço-me com gratidão. Até à próxima semana. |