Vladimir Putin surpreendeu uma vez mais o público em geral e os políticos em particular ao propor alterações à Constituição da Rússia, que aparentemente reduzem os poderes do Presidente a favor do Parlamento, e ao substituir Dmitri Medvedev por Mikhail Mishustin no cargo de primeiro-ministro do país. Alguns órgãos de informação oficiais já falam em “revolução a partir de cima”, enquanto que a oposição fala em mera mudança de cadeiras.

Era notório que o país já estava cansado de Medvedev e do seu Governo, pois eles personalizavam os graves problemas que a Rússia enfrenta: estagnação económica, corrupção, baixos salários, crise demográfica, falta de medicamentos, etc. Por isso Putin necessitava de dar uma nova vida à sua política interna.

A decisão do Presidente demitir o primeiro-ministro parece ter sido tomada no dia 25 de Dezembro, após a reunião do Conselho junto do Presidente para o Desenvolvimento Estratégico e para os Planos Nacionais, onde soaram sérias críticas ao trabalho do executivo russo, nomeadamente da parte de Alexei Kudrin, Presidente do Tribunal de Contas da Rússia. No final do ano passado, Putin e Medvedev analisaram a realização dos “projectos nacionais”, documentos onde o Presidente promete resolver os problemas prementes que se colocam perante a sociedade russa, e o líder do Kremlin não gostou de receber a informação de que esses projectos não atingem os objectivos desejados. Segundo algumas fontes, essa informação tira provocado “uma reacção extremamente emocional da parte de Putin”. No último encontro com Medvedev e os seus ministros antes da demissão, Putin agradeceu ao Governo pelo seu trabalho, mas acrescentou que “nem tudo foi conseguido”.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.