Um espectro paira sobre Portugal – o do populismo. Todas as forças do velho Portugal unem-se numa Santa Aliança para conjurá-lo: o Presidente e o Cardeal, Costa e Catarina, os radicais de Lisboa e os bonzos da Marmeleira.

Peço desculpa pela inspiração, velha de 170 anos, mas de repente parece que não existe em Portugal outro problema para além da ameaça dos populismos, porventura dos extremismos, quem sabe dos fascismos — e daí também o registo satírico do título, que remete para outra referência de sinal contrário. É que há mesmo quem desatine e até identifique uma “deriva racista e fascista nos media portugueses” a exigir “uma sanção efectiva por parte das entidades competentes”.

E peço desculpa pela inspiração porque tal como a frase gongórica de Marx e Engels tinha pouca adesão à realidade da Europa de 1848, o presente alarido parece servir para ora nos distrair do essencial, ora para iludir a verdadeira natureza do populismo lusitano.

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