Enquanto Primeiro-Ministro, António Costa deu um contributo absolutamente fundamental para os avanços que o País somou ao longo dos últimos oito anos.
Rede Social X, @psocialista

Chegou ao fim o trajecto de António Costa como primeiro-ministro. Que pena. Até estou um bocado abalado, confesso. Juro. Porque só há uma coisa que pode ser pior que António Costa como primeiro-ministro: o sucessor de António Costa como primeiro-ministro. Se é verdade que António Costa derrubou o muro que separava socialistas e comunistas, esperem para ver Pedro Nuno Santos saltar por cima dos destroços do muro e ir fazer amor com os comunistas para trás do pouco que resta da parede. Vai ser lindo, vai.

Neste momento ainda não se conhecem os factos que levaram à demissão de Costa, apenas que será alvo de um processo-crime. Mas tendo em conta a informação do Partido Socialista de que “Costa deu um contributo absolutamente fundamental para os avanços que o País somou ao longo dos últimos oito anos”, podemos confirmar que não foi por cansaço que o ex-chefe do governo abandonou o cargo. Se o contributo de Costa se refletiu nos avanços que Portugal somou nos últimos anos, o ex-primeiro-ministro está mais fresco que a relação Israel-Hamas.

Parece que a demissão de Costa terá a ver com negócios de hidrogénio e lítio. O que é preocupante, nomeadamente no caso do lítio, se atrasar os projectos de exploração deste metal. É que o lítio, quando tomado na dose correcta, intervém no sistema nervoso central com uma acção estabilizadora do humor. E como nós vamos precisar de lítio para estabilizar humores à medida que se forem conhecendo detalhes de mais estas alegadas moscambilhas.

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É um caso de estudo, o nosso (salvo seja) Partido Socialista. Nos seus três últimos primeiros-ministros conseguiu meter um Guterres, um Sócrates e um Costa. É aquilo a que no póquer, e em política também, se chama sequência mínima. Uma vez que, em termos de sucessões, é mesmo muito difícil conseguir algo mais pobre. A não ser o país, claro. Esse, graças aos inestimáveis contributos dos três estadistas, ficou ainda mais pobre.

Mas o PS é um caso de estudo também a nível clínico. Eu pelo menos gostava imenso de ter a opinião de médicos urologistas no sentido de saber se é possível fazer uma vasectomia ao Partido Socialista. Creio chegada a hora de garantir que o PS não produz mais futuros primeiros-ministros.

Temos é de levar o PS a Badajoz para fazer a vasectomia, que se ficamos à espera da cirurgia no SNS a coisa só se resolve já o Pedro Nuno Santos está a acabar o segundo mandato com maioria absoluta. Espera, agora entendo a estratégia socialista de dar cabo do SNS. Tudo não passa de uma táctica para continuar a produzir primeiros-ministros, eternizando-se no poder. Como é óbvio, tinha de haver um motivo lógico para o actual desastre na saúde. Uma destruição tão metódica e completa só podia ser resultado de algo bem pensado.

Em alternativa à ida a Badajoz, podemos sempre pedir uma cunha ao Presidente da República, por interposta nora. De manhã, a nora manda um e-mail ao Ministro da Saúde; à hora de almoço, o ministro contacta o chefe do serviço de urologia de Santa Maria; e à tarde o PS tem os canais deferentes cortados cirurgicamente. Para tal, basta que Marcelo convoque eleições antecipadas, que o PSD ganhe as eleições e que consiga formar governo… Esqueçam, portanto.

Seja como for, e apesar de toda a gente estar focada na demissão de António Costa, o momento político mais significativo do dia de ontem foi, na verdade, outro. Descobriu-se que a demissão do primeiro-ministro é o único fenómeno no planeta que deixa Marcelo Rebelo de Sousa calado. A demissão foi ontem e Marcelo só vai falar amanhã! Eh pá, demita-se todas as semanas, se faz favor, António.