Não sei se os alunos da Universidade de Coimbra ainda mantêm o espírito saudável de irreverência, ou se se tornaram conformistas. Mas o Reitor da Universidade deu-lhes uma boa oportunidade para desafiarem a autoridade suprema. Espero que muitos deles levem pregos, ou hamburgeres, para almoçarem nos jardins ou nos pátios da Universidade. Ora, se isso acontecer, o que farão as autoridades da Universidade? Proibem os alunos de comer o seu almoço?
Mas a decisão do Senhor Reitor também dá oportunidades de novas ofertas aos restaurantes de Coimbra. Eu começaria a oferecer, com descontos para alunos (pagariam o mesmo que na cantina), “pregos à reitor”, ou – recorrendo ao nome do Senhor Reitor, Amilcar Falcão – “bitoques à Falcão.”
A decisão do Senhor Reitor obedeceu, antes de mais, a um instinto populista, mais próprio de um militante partidário ou mesmo de um dirigente político, do que de um académico de excelência. O Senhor Reitor quer entrar num concurso de popularidade com a Greta Thunberg. Como mostrou o artigo de ontem aqui no Observador, de Henrique Pereira dos Santos, a decisão não obedece a critérios científicos. Numa universidade, a ciência deve prevalecer sempre sobre o populismo. A universidade não é uma associação de militantes políticos.
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