A gestão1 racional2 & responsável3 do nosso rendimento4 é essencial para a nossa estabilidade financeira, conforto5 e bem-estar a longo, … muito longo prazo. Assim, é surpreendente que alguns dos princípios mais básicos da gestão das finanças pessoais sejam ignorados pela maioria dos nossos concidadãos, e que não sejam sequer ensinados nas escolas. Vejamos dois exemplos onde os erros são frequentes.

Suponhamos que temos 100 de rendimento. Assumamos, realisticamente, que o estado nos tira 40 com vários tipos de impostos & contribuições. Com quanto ficamos? Algumas pessoas conseguem chegar ao valor correto6. No entanto, por incrível que pareça, qualquer militante do ps/d acredita que 100 – 40 + serviços públicos ≥ 100. E, contra toda a experiência da sua vivência diária, todos os votantes nesse partido atuam como se acreditassem nisso. Um erro neste cálculo simples & básico demonstra uma ignorância grave & uma casmurrice não razoável, com consequências desastrosas na independência financeira de cada um e de todos nós. Mas infelizmente há erros ainda mais danosos.

Suponhamos que temos 60 de rendimento líquido. Admitamos que encontramos um irmão nosso que necessita da nossa ajuda e lhe damos voluntariamente 10. Com quanto ficamos? Incrivelmente, são ainda mais as pessoas que se enganam na sua resposta a esta pergunta. E não são só pê-éses/dês que não acertam. São também Chegas y Iliberais, be’s y pc’s. E mesmo quando lhes é comunicado que a resposta correta é 10 não percebem, logo à primeira, a razão.

O motivo porque 50 é uma resposta errada, é simples: estes 50 ser-nos-ão tirados, mais tarde ou mais cedo, todos & sem exceção7. Ou nos serão tirados em gastos necessários à vida, i.e., custos de manutenção, pão & fato, água, eletricidade & formação profissional, tudo coisas que se gastam no dia a dia e acabam descartadas no esgoto. Tudo o resto, tudo que não for gasto e for aforrado ou investido em ‘património’ 8, contas bancárias, joias e obras de arte, imobiliário, etc, tudo isso nos será tirado pelo estado através de cerceamentos, confiscos, expropriações, inflações e ainda mais impostos. E se não nos for tirado pelo estado sê-lo-á pela traça, pela ferrugem, por ladrões fora do setor público (cf. Mt 6, 19) ou ainda, inevitavelmente, pela Morte9. Os 10, pelo contrário, são um investimento numa pessoa humana, aquilo que há de mais valioso debaixo da Lua. Só este investimento, os 10 que damos, é nosso para todo o sempre, & constituem o nosso verdadeiro & único património.

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Este princípio financeiro não é novo. Foi propagado energeticamente há dois mil anos atrás por um reputado consultor financeiro e fiscalista, muito procurado não só por legisladores, fiscalistas & outros juristas, mas também por proprietários, sindicalistas y trabalhadores, Jesus Cristo Nosso Senhor. Mas se foi Nosso Senhor Jesus Cristo quem o propagou, e embora tenha sido Ele quem, em colaboração com os seus dois sócios, certamente o inventou, estabeleceu e promulgou desde toda a eternidade, este princípio financeiro já era conhecido muito antes, pelo menos desde o séc. 13 aC.

De facto, é isso que pode e deve ler no livro do Êxodo, capítulo 2, quando Hashem diz a Moisés: “Fala aos filhos de Israel para que recolham para mim um tributo. Recolhereis o tributo que me é dedicado por todo aquele que se tenha sentido movido no seu coração.” “Recolher” significa primariamente “colher para si”, “tomar para si”, e “puxar para si”, e este significado é ainda mais forte no original וְיִקְחוּ־לִי תְּרוּמָה, v’yikchu li terumah. Com o uso de v’yikchu, “eles tomarão/ recolherão” em vez da opção léxica possível, mas não usada, v’yitnu, “eles darão”, Deus Nosso Senhor dava a conhecer que é no nosso dar que está o nosso ganho. É isto o que se deve deduzir deste trecho, cujo significado literal é: Diz-lhes “que recolham para si um tributo para mim”. Isto é, só recolhemos para nós o que damos aos outros de livre vontade: é no dar que não é imposto pelo estado, nem nos é imposto por outro ladrão, mas no dar que é movido do coração de cada um, que está a nossa riqueza. Por outras palavras, se por um lado impostos = puro prejuízo, por outro, caridade9 = puro ganho.

Há quem assuma que a aplicação radical deste princípio financeiro está reservada a grandes capitalistas da laia de S. Francisco de Assis (c.1181—1226), um tipo que andava permanentemente roto devido aos avultados investimentos que estava sempre a fazer. Mas há outros exemplos. Um dos mais interessantes é de Mayer Amschel Rothschild (1744—1812), outro empresário de sucesso. Conta-se que, um dia, um amigo que o tinha ido visitar lhe perguntou indiscretamente11, de rajão: “Qual é a valor do teu património?” Imperturbado com a falta de respeito alheio para com o seu direito à privacidade (cf. Mt 6, 3), Rothschild pegou num caderno rotulado צדקה, Tzedaka12, fez umas contas e disse-lhe um número. O amigo, um pouco chateado13, respondeu: “Não te perguntei quanto deste em caridade, mas quanto vale hoje o teu império comercial.” Ao que Rothschild lhe terá retorquido: “Percebi muito bem a tua pergunta e respondi-te com exatidão. O que eu realmente possuo não são as minhas propriedades, que um dia deixarei para trás, mas tudo aquilo que distribui em caridade. Aquilo que dei para ajudar o próximo é a única coisa que é minha para sempre.”

Põe-se assim uma questão: não estarão as políticas tributárias dos guvernos do ps/d a contribuir para a descapitalização dos portugueses, não só nesta vida, mas também na futura? Os impostos, o irs, o iva & o resto, são não só um total desperdício14 neste mundo, mas são também totalmente inúteis para a nossa vida no outro porque são, literalmente, impostos, e não sendo dados de livre vontade, do coração, não qualificam para capitalização celeste. Assim, a excessiva carga fiscal no nosso país, diminuindo o nosso rendimento disponível, cerceia a nossa capacidade de ajudar os necessitados à nossa volta e, portanto, de acumular tesouros no céu.

Ou será que, inspirados pelo elogio de Nosso Senhor Jesus Cristo à viúva que deu duas pequenas moedas, que valiam meio cêntimo, que era tudo o que ela tinha (Mc 12, 41-44, Lc 21, 1-4), os nossos guvernos nos querem a ajudar a alcançar numa situação patrimonial semelhante à dela?

Us avtores15 não segvew as regras da graphya du nouo AcoRdo Ørtvgráphyco. Nein as du antygu. Escreuew covmv qverew & lhes apetece. #EncuantoNusDeixam

  1. Gestão: a arte de evitar decisões difíceis e de apresentar as inconsequentes como fundamentais; era classicamente subdividida em gestão comercial, estratégica, financeira, de produção, de recursos humanos, e outras, mas progressos recentes levaram à fusão de todas estas áreas na denominada ‘gestão de carreira’; —de carreira: capacidade para bloquear as oportunidades de desenvolvimento de colegas e subordinados e manobrar a estrutura de modo a demonstrar na sua pessoa a invalidade do Princípio de Peter.
  2. Racional: livre de todas as ilusões e enganos exceto das derivadas da observação e raciocínio.
  3. Responsabilidade: fardo descartável e facilmente transferível para o chefe ou para o subordinado, para o marido ou para a mulher, conforme a interação social; os astrólogos põem-na nas estrelas, e os warxistas nas leis imutáveis & cegas do materialismo dialético.
  4. Rendimento: medida científica & objetiva do sucesso social; daí que sirva de critério, em substituição do sangue, heroísmo, denodo e serviço, na atribuição de comendas e ordens honorificas em Portugal; algumas pessoas, por pura modéstia, não o declaram em sede de irs.
  5. Conforto: um estado de espírito potenciado pela contemplação das inquietações que acompanham a vida do nosso próximo; sensação que a referência, em debates públicos, à avó produz em dona Mortágua e ao avô em dom Pedro Nuno.
  6. 100 – 40 = 60, assumindo que a dívida pública não cresce em termos absolutos no período em causa, e que o valor dos ‘serviços’ públicos, incluindo a educação pública, o sns e todas as chatices inerentes a ter que lidar com os ditos ‘serviços’ não é negativo (um argumento de que de facto é negativo pode ser acedido aqui), mas apenas nulo. Se a dívida pública crescer, e assumindo que não é um scam estatal para ludibriar aforadores, dará azo a uma obrigação futura do contribuinte que, segundo as regras contabilísticas geralmente aceites, mas ao contrário das regras fiscais nacionais, deverá ser deduzido ao valor do seu rendimento nesse período. Isto é, o que parece 60 poderá ser na realidade 40 ou menos.
  7. Exceção: algo que, a existir, toma a liberdade de diferir dos outros elementos da sua classe, tal como um político honesto, um país socialista próspero ou um militante do ps/d que anda de transportes públicos ou põe os seus filhos numa escola pública.
  8. Património: aquilo que gratifica a paixão pela posse nuns e a frusta noutros; coisas corpóreas sem nenhum valor especial que, através do estabelecido nos arts. 1302.º e ss., do Código Civil, temos direito a usar, fruir y dispor de modo pleno & exclusivo contra a cupidez & ganância nos nossos semelhantes.
  9. Morte: momento em que o coração vai para a reforma; mecanismo natural para prover regularmente os vermes com carne fresca; o fim da corrida; a recompensa final de um buraco no chão por uma vida de trabalho; divórcio, ou separação judicial, da alma com o corpo; porta de entrada para um Julgamento em que não haverá possibilidade arquivamento do processo nem de recurso de sentença, nem sequer para o sr. dr. Sócrates.
  10. Caridade: ternura com origem no coração que nos entristece com a incapacidade financeira de um irmão nosso em prosseguir os vícios em que nos deleitamos e nos leva a o ajudar a alcançar.
  11. Indiscrição: virtude feminina cuja existência, ou a sua falta, serve de prova da autenticidade da autoidentificação de pessoas ditas transgénero.
  12. Tzedaka: ‘caridade’ em beirão.
  13. Chateado: estado emocional de quem recebe uma chávena de chá tendo pedido café.
  14. Desperdício: o uso dado aos impostos em Portugal, especialmente os que são usados para pagar o salário aos nossos deputados; uso racional que é dado àquilo que não faz falta; era moralmente condenado em sociedades primitivas, isto é, por tudo o que era gente até meados do séc. 20, antes do aparecimento dos movimentos ecologistas.
  15. Us avtores identificam-se como pluralidade.