A primeira reacção a estas declarações do actual ministro dos Negócios Estrangeiros será concluir que Gomes Cravinho ou está a gozar connosco ou é destituído do mais básico bom senso. Afinal há meses e meses que se acumulam revelações sobre o estrambólico desempenho de Cravinho à frente da pasta da Defesa. As últimas notícias (que correm sempre o risco de ser rapidamente ultrapassadas por outras ainda mais constrangedoras) revelam que João Gomes Cravinho, enquanto ministro da Defesa, sabia que Alberto Coelho, ex-diretor geral dos Recursos da Defesa, era alvo de dois processos no Tribunal de Contas e apesar disso nomeou-o para a empresa que gere a indústria da Defesa Nacional.
A estranheza com o desempenho de Cravinho como ministro da Defesa começou com as revelações sobre a derrapagem no valor das obras no Hospital Militar de Belém. Quando confrontado com a quadruplicação dos custos, Cravinho, que entretanto se tornara ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro não se lembrava, depois lembrou-se que sabia (ou alguém lhe lembrou que havia um ofício a lembrá-lo) mas explicou que saber da derrapagem nas despesas não é a mesma coisa que autorizar que essa despesa com derrapagem se realizasse.
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