Sete mil milhões de outros. Toda a humanidade, para já. Sete mil milhões de pessoas que não ignoram o valor que têm os laços entre irmãos. Uns, porque têm os seus próprios irmãos; outros porque conhecem a força dos laços que unem ou uniam os seus pais aos seus tios — ou os seus familiares, amigos e conhecidos aos irmãos deles; outros ainda por serem filhos únicos e sentirem que foram privados dessa experiência fundante, estruturante.

Penso que não existe uma única pessoa à face da terra que não esteja consciente da importância de ser irmão, ou de ter irmãos. Sabemos que os laços de sangue tornam tudo mais intenso, mas também sabemos que esta intensidade tanto pode ser vivida na paz como na guerra. As rivalidades e a competição entre irmãos são tão lendárias como as suas cumplicidades e alianças. A relação raramente evolui em linha reta e poucos irmãos conseguem falar desapaixonadamente sobre aquilo que os divide. Já o amor que os une, e as memórias que um irmão deixa tatuadas no coração de outro irmão, não precisam de ser traduzidas por palavras porque se sentem e se expressam nos olhares e nos gestos.

Todas as fratrias estão marcadas por uma relação anterior à sua própria existência, pois os pais (ou quem os substitui) determinam, e muito, a qualidade dos laços que se estabelecem entre irmãos. A maneira como uma mãe e um pai tratam cada filho, a forma como lidam com a diversidade de personalidades, a atitude mais ou menos imparcial com que os acolhem, o modo mais ou menos justo com que os julgam deixam marcas indeléveis entre irmãos.

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