O World Rugby (organismo internacional que tutela o râguebi) vai proibir homens que se identificam como mulheres de jogarem com mulheres verdadeiras, mesmo que estejam doze meses a baixar os níveis de testosterona, cumprindo as indicações do Comité Olímpico Internacional. Segundo o estudo encomendado pela WR, há um aumento de 20% a 30% nas hipóteses de uma mulher se lesionar ao ser placada por alguém que passou a puberdade como homem. Não tenho certeza se esses 20 a 30% já contam com o facto de a mulher placada ter seios que amortecem o impacto do ombro do placador.
É uma decisão surpreendente a vários níveis. Para já, surpreende que seja necessário tomá-la. Confesso que não sabia que homens, mesmo os que afirmam que não o são, podiam jogar contra mulheres. Se soubesse, talvez não tivesse abandonado o râguebi aos 24 anos, depois de ser operado a um ombro e perceber que não tinha corpo, nem capacidade atlética, para competir num desporto em que os jogadores começavam a ficar cada vez maiores, mais rápidos e mais fortes. Pelos vistos, podia ter-me mudado para o râguebi feminino e jogado até hoje, com grande glória. Média glória, vá. Alguma glória, talvez, que o jeito não era muito.
Depois, é surpreendente que o WR se tenha atrevido, não só a fazer o estudo, como também a publicitar as conclusões. Hoje em dia, é arriscado assumir publicamente que há diferenças entre homens e mulheres e que, para todos os efeitos, uma mulher transgénero não é igual a uma mulher. Arrisca-se a muita gritaria nos jornais e na internet, boicote de clientes, perda de patrocínios e opróbrio generalizado.
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