Os turistas que visitam Lisboa na Páscoa consideram positiva a colaboração entre as autoridades policiais portuguesa e espanhola, que visa responder ao grande afluxo de visitantes espanhóis à capital portuguesa durante este período festivo.

Os turistas que falaram com a agência Lusa desconheciam a presença, desde quarta-feira [dia 1 de abril], de uma equipa de polícias espanhóis em Lisboa, para ajudar a polícia portuguesa na relação com os turistas que chegam de Espanha em grande número na semana da Páscoa.

Contudo, ao serem informados desta parceria entre a Polícia de Segurança Pública (PSP) e o Corpo Nacional de Polícia (CNP) espanhol, todos aplaudiram a iniciativa, que se insere no projeto “Comissarias Europeias” e decorre já desde 2012.

De resto, todos os entrevistados são unânimes a considerar que se sentem em segurança durante as visitas que fazem às zonas históricas da capital portuguesa, apesar das advertências que lhes dão nos táxis e nos hotéis onde ficam hospedados sobre a existência de carteiristas que se aproveitam do grande afluxo de turistas nesta altura do ano para cometer furtos.

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“A segurança é muito boa. Não tive nenhum problema. Os taxistas advertiram-me para ter cuidado com as carteiras nos transportes públicos, porque há pessoas disfarçadas de turistas que não o são, mas em geral o português é amável”, disse à Lusa Júlio César, turista oriundo da cidade espanhola de Burgos.

Mesmo desconhecendo a existência desta operação policial conjunta, Júlio César, que vista Lisboa acompanhado pela mulher e os dois filhos, não hesita em elogiá-la.

“Parece-me uma iniciativa muito boa, muito interessante, que colaborem as duas polícias e os dois governos em dois países tão próximos”, salientou, acrescentando que, até ao momento, não teve qualquer problema nem sentimento de medo nos passeios que já deu nas zonas turísticas da cidade.

Por seu turno, José Casas Pere, turista que chega de Vigo, que também desconhecia a iniciativa das duas polícias ibéricas, afirmou que “não se vê muito policiamento” nas ruas de Lisboa, mas sublinhou que se sente em segurança nas voltas que dá à cidade acompanhado pela sua mulher.

“Em Portugal, normalmente, há bastante segurança”, vincou, assinalando que se sente “confortável” sempre que visita o país.

Já o holandês Marvin, que também veio conhecer Lisboa na companhia da sua mulher, destacou que se sente “completamente seguro” na pele de turista e que a capital portuguesa “parece uma cidade muito segura”.

E salientou: “Vi alguns polícias no centro da cidade, o que transmite uma sensação de segurança”.

Marvin foi avisado para ter cuidado com os carteiristas mas, até ao momento, não viu nenhum e não teve qualquer problema, segundo o relato do próprio.

De Barcelona veio a única turista entrevistada pela Lusa que tinha conhecimento da existência da operação policial, e que tinha esclarecido algumas dúvidas junto dos agentes policiais em causa.

“Foram muito amáveis. Parece-me uma ideia muito boa e um sistema muito bom”, comentou Antónia, considerando que a possibilidade de se dirigir em castelhano à força policial “facilita muito ao nível das indicações”, devido ao idioma, e porque isso a faz sentir-se “em casa”.

Por fim, Marian, uma espanhola de Madrid que vive em Lisboa há 15 anos, sublinhou que a cidade é “fantástica”, um sítio onde se vive “com gosto” e que é bastante tranquila.

“Tirando algumas zonas que todos conhecemos, onde temos que ter mais cuidado com o que levamos nos bolsos, Lisboa parece-me uma cidade muito segura e tranquila”, assinalou.

Sobre a operação da PSP e do CNP, Marian elogiou-a, dizendo que, “apesar de os dois países estarem muito próximos e o idioma ser parecido, caso haja alguma dificuldade, como um roubo de carteira”, se a vítima se sentir “desamparada”, o facto de poder expressar-se na sua língua materna é uma ajuda.