Portugal comprometeu-se a receber 1500 refugiados nos próximos dois anos mediante financiamento europeu. A notícia está a ser avançada pelo Diário de Notícias, que na sua edição de terça-feira refere que este número foi proposto pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e que foi aprovado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

O DN apurou também que a maior parte destas pessoas são sírios que, fugidos da guerra no seu país, atravessaram o Mediterrâneo para chegar à Europa.

Recorde-se que, após a tragédia de 19 de abril que causou a morte de cerca de 900 pessoas que tentavam chegar à Europa de barco a partir do Norte de África, os países europeus reuniram-se para tentar chegar a um acordo em relação ao acolhimento de refugiados fugidos de zonas de conflito e de guerra no Médio Oriente ou no continente africano.

Nessa altura, ficou acordado que os países europeus iam receber um total de 60 mil pessoas. Apesar disso, a proposta da Comissão Europeia de serem definidas quotas para cada país foi rejeitada — o número de imigrantes a receber seria calculado através de uma equação onde constaria o PIB, taxa de desemprego, número de refugiados já acolhidos e a população. Assim, o acolhimento destes refugiados é feito de forma voluntária e o número de pessoas a receber é determinado por cada país.

Na altura, Pedro Passos Coelho demonstrou alguma reticência quanto ao estabelecimento de quotas. “Portugal manifestou já o seu apoio a uma abordagem solidária entre os Estados membros, mas sinalizamos que precisamos de ter em conta um melhor ajustamento dos critérios usados pela Comissão Europeia de modo a haver mais realismo, uma melhor adequação à realidade nacional”, disse o primeiro-ministro.

Dos 60 mil refugiados em questão, 40 mil, ou seja, dois terços, estão neste momento em Itália e na Grécia. Portugal vai receber 1500 — ou seja, 2,5% do total.

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