O jornal The New York Times, um dos mais reputados do mundo e o de maior circulação nos Estados Unidos, publicou, este sábado, um editorial na capa, pela primeira vez desde 1920, em que pede um maior controlo das armas de fogo. O editoriral rejeita também a postura dos que se apoiam na segunda emenda à Constituição dos Estados Unidos que garante o direito à posse e porte de arma.

Intitulado “A Epidemia das Armas”, o editorial descreve como um “ultraje moral e uma desgraça nacional que pessoas possam comprar legalmente armas projetadas para matar pessoas com uma velocidade e eficiência brutais”, instando a uma redução “drástica” do número de armas de fogo nas mãos de particulares no país e à eliminação de “grandes categorias de armas e munição”.

O editorial, que ocupa um espaço na primeira página tanto na versão papel como na digital, rejeita também a postura dos que se apoiam na segunda emenda à Constituição dos Estados Unidos que garante o direito à posse e porte de arma, apontando que “não é necessário debater” esse texto em concreto e advogando que “nenhum direito é ilimitado e imune a uma regulação razoável”.

Em comunicado, o jornal nova-iorquino referiu que a decisão de publicar o editorial na capa pela primeira vez em décadas tem como objetivo “passar uma forte e visível declaração de frustração e angústia sobre a incapacidade do país para resolver o flagelo das armas”.

A publicação na capa do editorial surge na semana em que os Estados Unidos foram palco de mais um tiroteio, ocorrido na quarta-feira em San Bernardino, na Califórnia, o qual fez 14 mortos.

A última vez que o New York Times publicou um editorial na primeira página foi em junho de 1920, quando criticou a eleição de Warren G. Harding (que tornar-se-ia posteriormente no 29. º Presidente dos Estados Unidos) como candidato do Partido Republicano às presidenciais.

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