O SIRESP — sistema de comunicações para emergências — levou 12 horas para ser reposto depois de um problema de funcionamento, em pleno incêndio na zona do Sardoal, Santarém, no ano passado. A confirmação consta de um relatório oficial do Ministério da Administração Interna, concluído este ano, em que o secretário-geral do SIRESP promete celeridade em casos futuros. “Pode-se garantir que deste evento se retiraram os devidos ensinamentos e que, numa situação próxima situação idêntica, a resposta dos meios operacionais das comunicações SIRESP será mais rápida e eficaz“, refere o documento. Não terá sido o que aconteceu no incêndio de Pedrógão Grande, em que voltou a haver falhas no sistema de comunicações.

Na análise à forma como foi resolvida a crise durante o incêndio no Sardoal, o SIRESP refere que, entre o momento em que a Autoridade Nacional de Proteção Civil detetou a falha numa antena do sistema e o pedido à PSP para que colocasse no terreno uma antena móvel passaram quase duas horas. Depois de uma revisão de procedimentos, “é possível garantir no futuro um tempo de resposta máximo de 30 minutos“, garantem os responsáveis da empresa.

Mas a “falha operacional mais crítica verificada” nessa avaliação, segundo o relatório, foi o tempo que mediou entre a ativação da antena móvel e a desativação da antena fixa que tinha revelado problemas: foram precisas cinco horas para cumprir esse passo. Para prática futura, refere o relatório, as equipas internas serão “mais proativas” a acompanhar o processo, mas não há qualquer compromisso com novos timings para este passo.

Na verdade, a falha mais grave terão sido as 12 horas que passaram entre o momento em que o SIRESP foi abaixo e a resolução do problema: ou seja, desde que entrou em modo de funcionamento local, impossibilitando a comunicação com rádios a operar com recurso a outras antenas até estar operacional. Ainda assim, sublinha o relatório, “apesar da situação extrema do sinistro, não ocorreu a quebra total das comunicações“.

Esta foi uma parte das falhas detetadas. No mesmo relatório, o SIRESP dá conta, naquele caso concreto, de uma “saturação” do sistema de comunicações na área afetada pelo corte. Sugere-se, por isso, que em situações futuras se evite “efetuar chamadas privadas em situação de emergência” e que se assegure “a disciplina nas comunicações”, devendo os operacionais no terreno optar por “chamadas curtas e objetivas” fazendo uma “utilização da rede apenas em caso justificado”.

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