Dezasseis pessoas foram detidas, entre as quais 12 militares, por crimes de corrupção passiva e ativa para ato ilícito, abuso de poder e falsificação de documentos, informou esta terça-feira a Polícia Judiciária via comunicado.

A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e no âmbito de um inquérito dirigido pelo DIAP de Lisboa, na sequência e em complemento da operação realizada no mês de novembro do ano passado, deteve doze militares e quatro empresários ligados ao ramo da comercialização de géneros alimentícios”, lê-se no respetivo comunicado.

Dos 12 militares detidos, estão um coronel, um tenente-coronel, um major, três capitães, cinco sargentos e um major-general, do qual já é conhecida a identidade. De acordo com o jornal Público, é o major-general Raul Amadeu Milhais Carvalho que foi responsável pela Direção de Abastecimento e Transportes da Força Aérea até ao final do ano de 2016.

Em causa está a sobrefaturação de bens e matérias-primas para a confeção de refeições nas messes das Força Aérea, “e posterior divisão entre os militares e os empresários do saldo relativo à diferença entre o valor da fatura original, ou seja, o valor efetivo da venda dos produtos alimentares e o valor sobrefaturado ao Estado”.

No decorrer da operação “Zeus”, já na segunda fase, participaram 130 elementos da Polícia Judiciária e 10 Magistrados do Ministério Público, sendo que foram realizadas 36 buscas nos distritos de Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal, Évora e Faro — 31 delas foram domiciliárias.

Os detidos serão presentes a tribunal, para determinação das medidas de coação. A investigação prossegue.

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