O banqueiro espanhol Miguel Blesa, antigo presidente da Caja Madrid, foi encontrado morto esta quarta-feira numa quinta em Córdoba, no sul de Espanha, local onde habitualmente ia para caçar. As primeiras hipóteses estudadas pela polícia apontam para a possibilidade de suicídio.

Blesa estava na propriedade a tomar o pequeno-almoço com um grupo de amigos quando se retirou da mesa, afirmando que ia mudar o carro de sítio. O corpo viria a ser encontrado na garagem da quinta “Puerto del Toro”, escreve o El País, citando fontes da polícia espanhola.

A causa da morte será um tiro no peito com uma espingarda de caça e os indícios apontam para suicídio. O banqueiro tinha chegado esta madrugada à quinta, propriedade da Sociedad Rozuelas del Valle S.L., e estaria a planear ficar ali alguns dias.

Miguel Blesa foi condenado a seis anos de prisão em fevereiro, por delitos fiscais. Na altura, foi o arguido a receber a pena mais alargada no caso que envolvia também o antigo diretor-geral do Fundo Monetário Internacional Rodrigo Rato (condenado a quatro anos e meio de prisão).

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Antigo diretor do FMI Rodrigo Rato condenado a quatro anos e seis meses de prisão

Blesa foi condenado por apropriação indevida no caso que ficou conhecido em Espanha como o caso das tarjetas black depois de ter gasto perto de meio milhão de euros desviados da Caja Madrid, muitas vezes através de paraísos fiscais como o Panamá. O Observador explica aqui o esquema usado por Rodrigo Rato e pelos restantes dirigentes do banco espanhol.

Apesar de ter sido condenado a uma pena de prisão, Blesa não foi preso, uma vez que a justiça espanhola preferiu esperar pelo fim dos recursos que foram anunciados no fim da leitura da sentença.

No entanto, o banqueiro já tinha estado na prisão: 15 dias, em 2013, quando foi condenado por má gestão na compra do City National Bank, da Florida, anos antes. Acabou por sair da prisão por a justiça ter decidido que o caso não devia ter sido reaberto e que as provas apresentadas depois do encerramento do caso não eram válidas.