Depois de, na noite de sábado, os jornais espanhóis El País e El Español terem revelado a identidade de todos os suspeitos envolvidos nos atentados em Barcelona e Cambrils e avançado a informação de que a polícia encontrou na casa de Alcanar restos mortais de pelo menos três pessoas diferentes (abrindo a possibilidade de todos os suspeitos estarem, por isso, já mortos ou detidos), as autoridades catalãs garantiram, este domingo, que continuam as operações de busca por Younes Abouyaaqoub, cd 22 anos, suspeito de ser o condutor da carrinha usada no ataque nas Ramblas, Barcelona.

Em declarações a uma rádio local citadas pela agência Reuters, o porta-voz da polícia da Catalunha, Albert Oliva, disse que as autoridades continuam a colocar a hipótese de a célula terrorista que esteve por detrás do planeamento dos ataques ser constituída por 12 pessoas. Já relativamente às informações avançadas pela imprensa espanhola sobre o número de mortos na explosão de quarta-feira numa moradia em Alcanar, Oliva não confirmou detalhes: “Podem ser um, dois ou três”, disse.

O que se sabe até agora sobre os suspeitos

As informações ainda estão longe de estar consolidadas, mas há alguns aspetos que, para já, são consensuais relativamente à célula terrorista que organizou os ataques em Barcelona e Cambrils. Em primeiro lugar, o grupo seria composto por 12 elementos e liderado por Abdelbaki Es Satty, um imã que liderava a mesquita da cidade catalã de Ripoll até há dois meses. Es Satty terá inclusivamente ligações com os terroristas que levaram a cabo o atentado de 11 de março de 2004 em Madrid.

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Em segundo lugar, há cinco elementos desta célula que foram abatidos pela polícia numa operação policial em Cambrils, na sequência do segundo atentado, na madrugada de sexta-feira. São eles Moussa Oukabir (inicialmente considerado o principal suspeito de Barcelona); Mohamed Hichamy (envolvido no aluguer dos veículos usados nos ataques); Omar Hichamy (irmão de Mohamed Hichamy); Said Aalla (o seu cartão de crédito foi encontrado na carrinha abandonada em Cambrils) e Houssaine Abouyaaqoub (irmão de Younes Abouyaaqoub).

Além destes, há quatro suspeitos que foram detidos pelas autoridades. O primeiro foi detido ainda antes do ataque. Trata-se de Mohamed Houli Chemlal, que foi detido na sequência da explosão da casa em Alcanar, suspeito de manusear explosivos e de estar a preparar potenciais armas. Já na sequência dos ataques foram detidos três suspeitos: Driss Oukabir (entregou-se às autoridades denunciando que o seu irmão, Moussa, lhe roubou a documentação); Mohammed Aalla (entregou-se às autoridades e é dono do Audi A3 usado em Cambrils) e ainda Salh El Karib (ligado à mesquita de Ripoll).

Ficam, portanto, a faltar três elementos para completar a célula terrorista — e é sobre o seu paradeiro que as informações são, para já, escassas. Um deles é Younes Abouyaaqoub, o principal suspeito, considerado o presumível condutor da carrinha usada no ataque em Barcelona. O outro será Abdelbaki Es Satty (imã de Ripoll, poderá ter estado em Alcanar e ser o líder da célula). E está ainda desaparecido Youssef Aalla, que viajou para Zurique no ano passado com Mohamed Hichamy, um dos abatidos em Cambrils.

Uma das hipóteses é que estes três suspeitos estejam em fuga. Outra é que tenham morrido na explosão de Alcanar (o El País relatou que se encontraram na moradia restos mortais de três pessoas diferentes). Outra ainda é que Youssef Aalla e Abdelbaki Es Satty tenham morrido na explosão de Alcanar (inicialmente a informação existente era a de que duas pessoas morreram lá) e que Younes Abouyaaqoub esteja em fuga. Para já, as autoridades continuam em busca de Abouyaaqoub, dando força à teoria de que este jovem de 22 anos tenha efetivamente sido o principal atacante e esteja ainda em fuga.

Polícia pede cuidados no jogo FC Barcelona – Bétis

A polícia da Catalunha está a pedir a todos os adeptos que se dirijam este domingo a Camp Nou para assistir ao jogo entre o FC Barcelona e o Bétis de Sevilha que cheguem antecipadamente ao estádio, não levem bolsas grandes e estejam preparados para controlos adicionais de segurança nos acessos ao recinto. É que, apesar de o nível de alerta de terrorismo não ter sido aumentado para o valor máximo, as medidas de segurança na cidade de Barcelona foram reforçadas, havendo uma maior presença policial, sobretudo em eventos de grande dimensão.