O comandante das forças nucleares dos Estados Unidos da América afirmou na quinta-feira que assumia que o teste nuclear feito pela Coreia do Norte, a 3 de setembro, foi de uma bomba de hidrogénio, a designada “Bomba H”. A afirmação sugere uma preocupação acrescida por parte dos Estados Unidos quanto a um novo nível do poder nuclear norte-coreano.

O comandante do Comando Estratégico, general da Força Aérea John E. Hyten, disse aos jornalistas que, apesar de não estar em posição de o confirmar, assumia, perante a dimensão da explosão subterrânea e de outros fatores, que se tratava de uma bomba de hidrogénio, o que está além das bombas atómicas que a Coreia do Norte tem testado.

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Hyten não quis discutir a dimensão exata da explosão de 3 de setembro, mas o secretário da Defesa, Jim Mattis, disse na quarta-feira que era superior às 100 quilotoneladas, muito acima dos cinco anteriores ensaios nucleares da Coreia do Norte. “Quando vejo uma coisa deste tamanho, eu, enquanto militar, assumo que é uma bomba de hidrogénio”, afirmou Hyten. Enquanto chefe do Comando Estratégico, seria ele a liderar todos os elementos da força nuclear dos Estados Unidos num cenário de guerra nuclear.

“Tenho de [assumir]”, acrescentou. “Eu tenho de fazer essa suposição. O que vi equivale a uma bomba de hidrogénio. Vi o acontecimento. Vi as indicações que resultaram desse acontecimento. Vi a dimensão. Vi os relatórios. Portanto, para mim, estou a pressupor que foi uma bomba de hidrogénio”.

A 3 de setembro, a Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental. O anúncio foi feito pela agência oficial norte-coreana, KCNA, que na altura divulgou uma fotografia de Kim Jong-un junto a uma suposta “Bomba H”, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter facultado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento. As declarações de John E. Hyten vêm assim confirmar o divulgado pelos norte-coreanos.