O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que a NATO “não se tornou obsoleta” – como tinha considerado, há um ano, Donald Trump – e “é mais relevante do que nunca” e assegurou o empenho de Portugal na Aliança.

Os presidentes podem mudar, os governos podem mudar, as maiorias parlamentares podem mudar, o empenho de Portugal na NATO não mudará”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia do 15.º aniversário do Centro Conjunto de Análises e Lições Aprendidas da NATO, no Comando Aéreo, em Monsanto, em Lisboa.

Num discurso em inglês, o chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas sustentou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte, criada em 1949, desempenha um papel que ultrapassa a esfera militar, de “guardião dos princípios do primado da lei, do diálogo, da tolerância, do respeito pela vida humana”.

“A NATO é uma visão de um mundo melhor e mais seguro. Recentemente, ouvimos vozes dizer que a NATO já não é relevante, que a NATO foi criada em tempos particulares que já passaram, que a NATO se tornou obsoleta”, prosseguiu, citando uma expressão utilizada pelo atual presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, há um ano, antes de ser eleito.

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Donald Trump veio, entretanto, retificar a sua posição, em abril deste ano, afirmando que a NATO “já não é obsoleta”, mas Marcelo Rebelo de Sousa quis esta quarta-feira relembrá-la, para a rejeitar.

“Os tempos mudaram, sim, mas a Aliança também mudou, como sempre fez, e continuará a fazer, ajustando todos os seus procedimentos de acordo com o ‘status quo’. É esta capacidade de se adaptar e melhorar que torna a Aliança mais relevante do que nunca, tendo em conta o ambiente de ameaças à segurança que temos hoje, em constante mudança”, defendeu.

O Presidente da República falava perante o Comandante Supremo do Comando Aliado da Transformação da NATO, o general Mercier, representantes diplomáticos de 16 países da Aliança Atlântica, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, e o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Pina Monteiro.