Em Portugal, assim que a bola do primeiro adversário português foi aberta e Maradona disse “Espanha”, os jornais, rádios e televisões apressaram-se a fazer previsões, prognósticos e a puxar logo da nossa amiga calculadora. Mas o que é que fizeram os espanhóis?

O desportivo Marca fala no “Portugal de Cristiano, a incógnita iraniana e a renascida Marrocos”. Aliás, a maioria da comunicação social espanhola fala mais em Cristiano Ronaldo do que em Portugal. Ainda assim, a Marca dá destaque a Pepe, Bernardo Silva, Gonçalo Guedes e André Silva, na solidez defensiva portuguesa e no enorme potencial da seleção campeã da Europa.

O As e o Mundo Deportivo dedicam vários parágrafos a Cristiano Ronaldo mas também a Nélson Semedo, Gonçalo Guedes e André Gomes – os outros portugueses que jogam em Espanha. Ainda assim, o As defende que os jogos com Irão e Marrocos podem ser mais complicados já que, com Portugal, “já se sabe o que se vai encontrar”. O Mundo Deportivo diz que, apesar de as duas seleções europeias tornaram o grupo B um conjunto forte, este acabou por não se tornar um “grupo da morte”: ao contrário do grupo D, onde se encontram Argentina, Islândia, Croácia e Nigéria.

No El País, Portugal volta a deixar de ser todos nós e continua a ser o “Portugal de Ronaldo”. O jornal alerta para o facto de a seleção portuguesa estar mais forte agora do que estava há um ano e meio – quando venceu a França na final do Europeu – e realça a maior criatividade do bloco português. Bernardo Silva e André Silva são destacados como os principais trunfos que Fernando Santos não teve em França e o setor defensivo como o mais difícil de regenerar, já que Bruno Alves tem 36 anos, Pepe tem 35 e José Fonte tem 34.

O El Mundo destaca Cristiano Ronaldo como a principal ameaça naquele que considera “um grupo acessível”. O jornal espanhol recorda que a história está a favor de Espanha – quatro vitórias em cinco jogos em Mundiais – mas também lembra que Portugal ganhou o campeonato da Europa frente a França, a seleção organizadora, e realça Pepe, João Moutinho e André Silva como os principais desestabilizadores.

No El Español o importante não é o “Portugal de Cristiano” mas sim “os golos de Cristiano”. O jornal atenta ao pormenor das reações dos dois selecionadores ao sorteio: segundo o El Español, Julen Lopetegui manteve-se impávido e sereno, enquanto Fernando Santos adotou um semblante preocupado. O jornal lembra ainda que, se Cristiano Ronaldo conquistar o Mundial com a seleção, supera Lionel Messi e acrescenta ao seu palmarés o único título que ainda lhe falta.

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