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Trabalho e cognac: jornadas parlamentares, karaoke, dardos e jantares

Trabalho é trabalho, cognac é cognac. O que acontece quando os grupos parlamentares fazem as malas e vão dois dias para fora? As jornadas parlamentares têm trabalho mas também gin. E até karaoke.

“Podes ficar com as jóias, o carro e a casa, mas não fiques com ele…”, cantou um conhecido deputado do PSD de microfone na mão, a fazer de Ágata. Oh, oh, sweet child of mine, esforçou-se outro para imitar Axl Rose sem grande sucesso. “Gingando pela rua ao som de Lou Reed, sempre na sua, sempre cheio de speed“, entoou como Rui Veloso mais um dos parlamentares sociais-democratas despido do peso da farda de político. O microfone ia passando de mão em mão. Os deputados divertiam-se. Trabalhos acabados, era hora de descontração. Ou, noutras palavras, de team building. Era a hora do karaoke no hotel em Albufeira onde o grupo parlamentar do PSD ficou hospedado nos dois dias de jornadas parlamentares que o PSD teve no final de maio.

— Então, ouvi dizer que havia karaoke?, perguntava um parlamentar do PSD.

— É ali em baixo, entrem, entrem — respondia o deputado Cristóvão Norte.

Noutras jornadas, como nas do CDS, João Almeida chegou a cantar ao microfone do mini-bus. Nas do PS, foi mais gin a animar as conversas extra-trabalhos e jogo de dardos. Nas do PCP e do Bloco manda a informalidade ao jantar. No PSD, desta vez, cantou-se.

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Os deputados começaram a chegar depois do jantar a medo, um pé dentro, outro fora da área do karaoke. Mas o anfitrião das jornadas, o deputado algarvio Cristóvão Norte, ia fazendo sinal para se chegarem à frente. Não havia mal em terminar a noite com um pouco de música depois de um longo dia de trabalho. A jornada tinha começado cedo com reuniões e visitas a empresas do Algarve, conferências numa sala do hotel, reuniões para balanços do trabalho desenvolvido nas comissões parlamentares. Momentos antes tinha havido um jantar com Jaime Nogueira Pinto, onde se falou e se refletiu sobre a Europa, o mundo e os movimentos populistas que têm proliferado. As jornadas estavam prestes a terminar. Porque não recordar os hits das décadas de 80 e 90 ao microfone?

Assim foi. “Eu não me divirto no sítio onde trabalho”, comentava um deputado enquanto os outros cantavam. Mas mesmo os mais tímidos foram ficando, juntando-se um grupo de 10 ou 15 (são 89, note-se). Pedro Passos Coelho, o barítono que lidera o partido, tinha-se retirado logo a seguir ao jantar, mas deixaria o líder parlamentar, Luís Montenegro, a tomar as rédeas da situação e a exibir os seus dotes vocais. “Só mais uma, só mais uma”, pediam os parlamentares laranja. A lista de clássicos de karaoke foi passada a pente fino e a noite estendeu-se com boa disposição. Pior seria acordar cedo na manhã seguinte, mas ninguém faltaria à chamada para uma sessão, às 10h da manhã, sobre reforma do sistema político.

“Estarmos juntos 24h por dia, jantar, almoçar, tomar o pequeno-almoço, ajuda a estruturar a equipa e a fortalecer o grupo”, diz ao Observador um deputado daquele que é o maior grupo parlamentar desta legislatura, o PSD. Outro, contudo, prefere chamar-lhe “rituais”, sem lhe ver grande utilidade, a não ser na perpetuação de velhos hábitos. “É só para manter a chama viva, ou pelo menos dar essa perceção”, acrescenta. A verdade é que o Parlamento pára durante dois dias sempre que um grupo parlamentar está fora. E há pelo menos umas jornadas de cada partido a cada sessão legislativa, logo, a ideia é aproveitar para desenvolver outras competências que não conseguem desenvolver no dia a dia mais ou menos frenético da Assembleia.

Para "manter a chama viva" ou para funcionar como "team building", para que servem as jornadas parlamentares dos partidos, que fazem o Parlamento parar durante dois dias?

Como cada partido opta por organizar as suas jornadas parlamentares, isso já difere bastante. PSD e CDS, por exemplo, organizam-nas em duas partes: primeiro, visitas à região, para sair da bolha de Lisboa e pôr os pés na vida real; sendo que depois voltam à bolha política com conferências numa sala do hotel onde os deputados ficam alojados. As conferências são temáticas e, uma vez mais com o intuito de pôr um pé fora do seu mundo, passam habitualmente por convidar personalidades “de fora”. Numa das últimas jornadas do PSD, no ano passado em Santarém, António Guterres foi o convidado-estrela dos sociais-democratas. As jornadas do PS realizavam-se na mesma altura, em Vila Real, mas o socialista e então candidato a secretário-geral da ONU só foi ao evento laranja.

Este ano, contudo, o “convidado” do PSD foi o professor universitário Jaime Nogueira Pinto, uma escolha que não agradou a todos. “Se é para ser uma pessoa de fora não devia ser uma pessoa que vira o partido ainda mais à direita”, diz um deputado. Já o CDS optou por convidar uma ala da sociedade que rima muito pouco com a direita “centrista”: a ala sindicalista. Um dos temas das jornadas deste mês de maio foi “trabalho e lei laboral” e João Proença, ex-secretário-geral da UGT, foi um dos convidados. De resto, se o PSD faz reuniões internas para balanços, o CDS nem tanto. Já o PCP e o BE optam mais por andar pelo distrito escolhido, em contacto com pessoas e setores de atividade, para depois apresentarem conclusões aos jornalistas. O PS, pelo menos enquanto partido de Governo, faz mais “turismo”, com um programa menos preenchido.

Então se o partido estiver a governar, como é o caso do PS, as jornadas parlamentares só servem para aplaudir o Governo”, nota um deputado socialista ao Observador, que critica o facto de, por vezes, aquilo que devia servir para que os parlamentares conhecessem a realidade do país e abrissem os seus próprios horizontes, não serve mais do que um passeio de confraternização. “Os deputados hoje são um bando de mentecaptos”, diz o parlamentar englobando nessa classificação os seus colegas de bancada. Não é preciso dizer que este deputado não foi às jornadas.

Karaoke no Algarve, dardos em Bragança, um mini-bus em Aveiro e mais um alarme disparado

Em política há sempre alvos — os alvos da oposição, os do Governo, os dos líderes, os dos candidatos ao que quer que seja. Nos partidos, toda a gente afia as flechas e tenta ser eficaz na pontaria política. Depois, há os alvos em sentido literal. No final do primeiro dia de trabalhos, quando a noite convidava a um gin bem gelado no bar do hotel, houve deputados socialistas como Ivan Gonçalves e Pedro Delgado Alves, que preferiram testar a pontaria num desafio de dardos, indiferentes às tertúlias informais que se formavam ao redor. E não se pode dizer que lhes faltasse jeito para acertar no alvo, seja ou não fruto da experiência parlamentar.

Nessas jornadas parlamentares do PS em em Bragança, entre 25 e 26 de maio, houve mais dardos e setas, que Carlos César, o líder parlamentar do PS, também manejou mas no sentido político. Esses momentos também servem de palco para atacar os adversários que às vezes, sem querer, também ferem os parceiros. Em Bragança, César usou o PSD como alvo ao referir que o partido tinha ido para “lugares turísticos” — o Algarve — sem dar conta de que também estava a alvejar o Bloco de Esquerda, cujas jornadas iam ser na mesma região que o PSD. A insinuação havia de gerar “sururu” político, porque a propósito da provocação, o deputado do PSD Duarte Marques lhe chamou “boçal, caceteiro e um cacique”, numa mensagem do Facebook. E nessa mesma noite, Ferro Rodrigues diria que a oposição estava “desesperada”.

Jornadas parlamentares do PS em Bragança foram mais passadas numa sala de hotel do que na rua

Octávio Passos

O episódio podia ser apenas mais uma boutade, mas esconde outra realidade que tem a ver com a escolha dos lugares onde se realizam as jornadas parlamentares. “E quando fomos aos Açores e à Madeira não foi turismo?”, ouviu o Observador de fonte socialista, referindo-se às jornadas do ano passado, em junho de 2016, em que os deputados atravessaram o oceano e foram aterrar nas terras açorianas de Carlos César. A mesma fonte nota que a região de Bragança é recorrentemente escolhida pelos socialistas. “Se não é Bragança é Vila Real ou Guarda”, nota o mesmo socialista, lembrando que a preparação das jornadas envolve sempre muito “lobby” da parte das estruturas locais dos partidos, que fazem força para ser no seu distrito. É uma realidade que também toca ao PSD e ao CDS.

Do Bloco de Esquerda, alvo involuntário dos “dardos” de Carlos César, não se ouviu qualquer reação. A temperatura não subiu e não foi preciso fazer disparar os alarmes de incêndio. Em outubro, nas jornadas parlamentares do partido em Vila Real e Bragança, os deputados bloquistas tiveram de abandonar o hotel onde estavam hospedados depois de o alarme de incêndio ter sido acionado — houve mesmo quem saísse do hotel só com a roupa que tinha no corpo.

A história de como os 19 deputados do BE reagiram ao alarme disparado às 4h da manhã foi contada repetidamente nas jornadas deste mês de junho em Tavira, em jeito de piada e como forma de comparação entre alemães e portugueses: “Os alemães (e estrangeiros no geral) ouvem o alarme, vestem-se, fazem a mala e saem para o corredor prontos para o abandonar. Os portugueses vão todos para o corredor, em pijama, sem acreditar que é mesmo um alarme de incêndio e que, eventualmente, o edifício pode estar a arder”, contam ao cair da noite entre um copo de cerveja e outro no terraço do hotel.

Era de facto falso alarme. Desta vez, contudo, houve mesmo outro alarme, mas num elevador. Foi num teatro em Portimão, onde o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, era esperado para dar uma conferência de imprensa, e um grupo de deputados acabou preso no elevador durante alguns minutos. Ninguém entrou em pânico, e tudo se resolveu. Já vem sendo hábito.

Era ao deputado centrista João Almeida que cabia o lugar ao lado do motorista e, por inerência, o papel de frontman no mini-bus que levava o grupo parlamentar aos vários pontos das jornadas em Aveiro

No CDS, a animação faz-se via mini-bus. Sim, já lá vai o tempo em que o CDS era o partido do táxi, com apenas quatro deputados que podiam dividir boleias. Foi mesmo de mini-bus que os deputados centristas se deslocaram do hotel onde estavam alojados em Ílhavo, Aveiro, para o jantar com dirigentes e autarcas locais em Vagos, que estava marcado para o final do primeiro dia de jornadas parlamentares realizadas no início de maio. Sem lugar para todos, jornalistas e assessores incluídos, era ao deputado João Almeida que cabia sempre o lugar ao lado do motorista, e, por inerência, o papel de frontman. “Quem se sentar ali tem de cantar!”, diziam uns. E todos fugiam para os restantes lugares. João Almeida lá dava o corpo às balas e pegava no microfone para animar a malta. E cantarolou.

À espera dos 18 deputados centristas, num restaurante em Vagos, estava uma mesa farta de enchidos. E numa delas, uma borboleta formada por rodelas de paio, chouriço, salame, e outros tantos da mesma família…

Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és

Em dois dias de jornadas, pode dizer-se que o jantar do primeiro dia diz muito daquilo que o partido em questão é ou pretende ser. Não pela comida, mas pela forma como decorre a socialização. No PCP, João Oliveira e António Filipe, assumem as depesas da casa. O líder parlamentar e o deputado comunista são exímios contadores de histórias, sejam os episódios rocambolescos de quando faziam campismo, seja o episódio em que Marcelo Rebelo de Sousa providenciou um jantar aos famintos deputados portugueses que o acompanharam a Cuba.

É talvez isso o que mais surpreende nas jornadas parlamentares do PCP. Num partido tradicionalmente mais fechado para a comunicação social, quando os trabalhos páram, a ordem é para descontrair. Um jantar-tipo dessas jornadas comunistas é assim mesmo, mais relaxado: sem comícios ou discursos, os lugares são distribuídos de forma aleatória e os jornalistas são convidados a sentarem-se onde quiserem. Até chega a ser possível ver João Oliveira e António Filipe numa mesa recheada de jornalistas. A política é que não serve de acompanhamento à refeição, não por ser indigesta, mas porque há vida para além do Parlamento.

Sem comícios ou discursos, nos jantares do PCP os lugares são distribuídos de forma aleatória e os jornalistas convivem com os deputados. João Oliveira e António Filipe costumam ser os entretainers de serviço.

No Bloco de Esquerda o regime é semelhante. Sem discursos ou intervenções, a hora do jantar é destinada a conversas informais, quer entre o grupo de deputados e dirigentes das estruturas locais, quer entre o grupo e os jornalistas. Por isso, nestas jornadas de junho no Algarve, a disposição da sala do restaurante em Olhão era propícia ao convívio. Mesas corridas em forma de “U” e, ao centro, uma mesa que parecia dedicada aos noivos — a coordenadora Catarina Martins e o líder parlamentar Pedro Filipe Soares –, onde ficou instalada a comunicação social e alguns deputados.

O mesmo não acontece nos partidos do chamado bloco central, em que os jantares são ainda assim mais formais, com mesas redondas e uma mesa própria dedicada à imprensa. Assunção Cristas, em Vagos, ainda fez um curto discurso sobre autarquias; no PSD houve o “momento Jaime Nogueira Pinto”, com perguntas e intervenções de alguns deputados (não de Passos Coelho), mas só no PS houve momento formal de discurso: Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, subiu ao palanque para vestir a pele de socialista.

Uma “arruada” que virou uma “assentada”. E no fim, fica o quê?

“Antes havia muito mais trabalho prático, mais papelada, mais documentação e mais participação de gente de fora”, diz ao Observador um deputado social-democrata, para quem as jornadas parlamentares ficam muito aquém de dois dias de trabalho intensivo. O PSD, ainda assim, é talvez o grupo parlamentar com a agenda mais preenchida. Começa cedo com uma visita de Pedro Passos Coelho e Luís Montenegro ao centro hospitalar distrital de Faro, uma unidade hospitalar com muitos problemas que, segundo explicou ao Observador uma fonte do partido, Passos Coelho não queria visitar durante a época de verão, por ser o auge dos problemas e a visita poder ser olhada com algum “aproveitamento político”. Fê-lo por isso no final de maio, e aproveitou para deixar recados ao Governo.

Os deputados do PSD participaram em dois painéis: um sobre reforma do sistema político, tema que o PSD quis voltar a pôr na agenda, e outro sobre autarquias. Também passaram uma tarde reunidos, à porta fechada, a trocar ideias, queixas e reflexões. “O trabalho parlamentar é muito focado no trabalho das comissões. E como cada deputado pertence a uma ou outra comissão, não há muita interligação. Aqui é o espaço onde podemos todos opinar sobre os temas que os outros tratam nas suas comissões”, explica um deputado laranja ao Observador. E além destes balanços mais ou menos exaustivos, parte da tarde fica ainda reservada a um debate mais profundo sobre a situação política atual. É aí que há queixas. Desta vez no Algarve não foi exceção, com alguns deputados a questionarem Passos Coelho sobre as opções discursivas do partido, nomeadamente sobre o facto de “só se falar de números”. E com Passos Coelho a explicar as suas opções e a desafiar o grupo parlamentar a “chegar ali no próximo ano, nas próximas jornadas, e a dizer o que fariam diferente”.

Visita ao centro hospitalar de Faro, que culminou em críticas à falta de investimento do Governo na saúde

LUSA

“O PCP é o único partido que leva as jornadas parlamentares a sério”, nota um deputado socialista que falou com o Observador. Concluídas as visitas às empresas e instituições locais, os comunistas fazem questão de se reunir à porta fechada para discutir algumas iniciativas legislativas — que acompanham a agenda que o partido já levara para a estrada. Nas últimas jornadas, em Coimbra, por exemplo, os comunistas aproveitaram para colocar na agenda o referendo sobre regionalização, até agora sem resultados práticos. E claro: voltaram a pressionar o Governo com saída do euro e a renegociação da dívida. Sem sucesso, como os trabalhos parlamentares têm provado.

CDS e Bloco de Esquerda não fazem quaisquer reuniões à porta fechada. O dia de trabalhos passa-se, no caso do Bloco de Esquerda, entre visitas a vários setores de atividade da região algarvia — da lota de Portimão ao Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul, em São Brás de Alportel –, para chamar a atenção para o problema da falta de investimento, neste caso na Saúde. No final, depois de os 19 deputados se terem dividido para visitar os 16 concelhos do Algarve, há anúncios a fazer: primeiro, que o BE vai chamar ao Parlamento, no próximo dia 21 de junho, os dois ministros das áreas respetivas, Saúde e Educação, para serem questionados. Depois, um pacote legislativo sobre lei laboral, pressionando o Governo para que “honre a palavra“. As propostas sobre legislação laboral já foram discutidas no Parlamento, mas o PS já fez saber que não as acompanha — por querer envolver também a concertação social.

Manifestação contra as portagens na Via do Infante foi um dos pontos da agenda nestas jornadas parlamentares

LUÍS FORRA/LUSA

O caso dos centristas é diferente. Embora também dediquem uma manhã a “visitas a empresas do distrito”, o foco principal das jornadas parlamentares passa-se numa sala de hotel. Este ano, houve dois painéis principais, um dedicado ao tema do trabalho e da lei laboral (uma bandeira tradicionalmente de esquerda) e outro dedicado às autarquias e descentralização. O que resultou no fim? Três projetos de recomendação ao Governo sobre mercado de trabalho, com o CDS a propor, por exemplo, que fosse criada a possibilidade de os trabalhadores tirarem uma licença com “incentivo financeiro” — uma espécie de sabática — para que pudessem apostar na sua formação, e propondo acordos com a concertação social sobre matérias como o teletrabalho. O pacote legislativo foi na semana passada a plenário, mas não teve qualquer adesão entre os partidos à esquerda.

Em Bragança, o grupo parlamentar socialista ainda organizou um dia inteiramente dedicado ao contacto com empresas e populações. Mas não reinava grande entusiasmo. O grupo liderado por Carlos César e Ana Catarina Mendes, líder parlamentar e secretária-geral adjunta do PS, tinha agendada uma iniciativa de contacto com a população na principal rua comercial de Bragança. A mini-arruada deveria ter acontecido às 15h30, sob um sol abrasador e com os termómetros a baterem os 30º celsius. Deveria ter acontecido, mas não aconteceu.

Quando o relógio já se aproximava das 16h30, os deputados socialistas chegaram e não se via vivalma — era feriado municipal, as lojas estavam fechadas e o calor não convidava a aventuras pedonais. O contacto com as populações passou a um café e a arruada transformou-se numa “assentada” na esplanada — deputados sentados — alimentada ao ritmo de conversas descontraídas.

Sobrou o segundo dia, inteiramente dedicado a um painel sobre casos de empreendedorismo na região, num auditório com muitas cadeiras vazias. Para o final das jornadas, ficou reservada a intervenção de António Costa. E no final, feitas as contas, propostas é que nem vê-las: com os socialistas obrigados a colocar alguma água na fervura do otimismo, a mensagem foi de prudência. Roma e Pavia não se fizeram num dia, ensaiou o PS, para Bloco de Esquerda e PCP ouvirem.

Há jornadas mais parlamentares do que outras, há partidos que trabalham mais nessas fugas a São Bento, mas com mais trabalho ou menos trabalho, mais “arruada” ou menos “assentada”, também servem para descontrair e para os deputados acentuarem o sentimento de equipa.

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