O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, esteve reunido ao fim do dia de quinta-feira com os membros do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo, onde mostrou a intenção de forçar os restantes membros da administração – e da família Espírito Santo – a renunciarem à administração juntamente com Ricardo Salgado. José Maria Ricciardi, Pedro Mosqueira do Amaral e Ricardo Abecassis Espírito Santo, no entanto, dizem não aceitar abandonar o cargo, escreve o Expresso.

A reunião no Banco de Portugal surgiu depois de Ricardo Salgado renunciar à presidência executiva do banco, uma decisão que surgiu na sequência de várias notícias negativas para a reputação do grupo que levou a uma intensa pressão do Banco de Portugal para haver uma renovação da administração. A falta de consenso na família Espírito Santo sobre a sucessão de Ricardo Salgado levou assim o Banco de Portugal a intervir, obrigando desta forma ao afastamento de praticamente todos os membros da família que atualmente compõem o conselho de administração daquela instituição, escreve também o Jornal de Negócios.

Perante a demora, a entidade de supervisão liderada por Carlos Costa assumiu na quinta-feira o processo obrigando ao afastamento da família que, com 25%, continua a ser o maior accionista do BES. O Banco de Portugal quererá uma administração profissional e que não represente diretamente nenhuma das fações em que se encontra dividida a família.

Um dos dos nomes mais referidos para a sucessão passou assim a ser Amílcar Morais Pires, já membro da administração do BES com o pelouro financeiro. Este seria o nome preferido por Ricardo Salgado, de quem este gestor é visto como sendo muito próximo. Arguido num processo de mercado, o seu nome não terá sido vetado pelo Banco de Portugal.

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Uma outra hipótese, que parece neste momento deixada para segundo plano, seria José Honório. CEO da Semapa até há poucos meses, saiu do grupo de Pedro Queiroz Pereira após a guerra entre este e Ricardo Salgado. Não é um gestor com experiência no sector bancário e financeiro, o que o desaconselharia.

Outro nome que tem sido ventilado nos bastidores é o de Joaquim Goes, atual membro da administração do BES e que poderia protagonizar uma solução de compromisso entre os vários grupos. O gestor, no entanto, ainda não foi alvo de qualquer convite.

O Público ainda refere o nome de Vítor Bento, mas para chairman.

O Banco de Portugal  pretende que da escolha resulte um órgão de gestão que passe a ser integrado por mais gestores independentes e livres da suspeita de terem culpas nas irregularidades detetadas numa das “holdings” do grupo, a Espírito Santo Internacional (ESI).