Controlar gastos. Saber quanto dinheiro deixou no café depois de tomar o pequeno-almoço, quanto pagou no supermercado com as compras da semana e em quanto diminuiu o saldo do seu depósito à ordem, depois de cair o débito direto das contas.

Gerir o orçamento familiar requer planeamento, disciplina e metodologia. Pede papel e caneta ou uma folha Excel nos documentos do computador. E, no dia-a-dia, há tempo para apontar tudo o que se gasta? Se tiver um smartphone, pode ser que sim. Basta descarregar uma das aplicações para gestão do orçamento familiar disponíveis nas lojas dos sistemas operativos e começar a introduzir as despesas.

A Boonzi, startup portuguesa que nasceu em 2013 para “ajudar os portugueses a manter o equilíbrio da sua vida financeira”, lançou a versão mobile do software para gestão do orçamento que já tinha disponível para computadores com sistemas operativos Windows e MacOs. De que se trata? De uma ferramenta que importa o extrato bancário dos utilizadores. “É isto que nos distingue. Os utilizadores não têm de inserir as despesas uma a uma, ao contrário das restantes aplicações”, explica João Saleiro, gestor de produto da Boonzi, ao Observador.

Para que o processo se inicie, basta aceder ao homebanking da instituição onde tem o seu depósito à ordem, importar o extracto para o Boonzi, e deixar que o software categorize os movimentos de forma automática, sem precisar de introduzir os dados bancários. É um processo que não é invasivo, explicou João Saleiro, porque é o utilizador que faz a importação.

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A aplicação da Boonzi só funciona se tiver instalado o software da startup no computador, por 39,90 euros. A este preço acrescem dois euros mensais.

Para ter a app no smartphone, precisa de instalar o programa no computador. “A app não funciona de forma independente do software”, refere João Saleiro. A aplicação tem um custo: 39,90 euros de aquisição do programa para computador e dois euros mensais para subscrever o serviço Premium, onde se inclui a Boonzi Mobile e o Boonzi Cloud, que permite gerir as despesas “em família”, através da sincronização de vários computadores e smartphones.

Até quarta-feira, é possível comprar o programa por 34,90 euros e aceder gratuitamente ao serviço Premium, onde se inclui a aplicação móvel, nos próximos seis meses. João Saleiro adiantou ao Observador que é possível que a promoção se estenda durante mais tempo e, antes de optar pela compra, pode usufruir-se de um período de experimentação gratuito de 30 dias.

No espaço de um ano, o software foi utilizado por mais de 20 mil portugueses e foi distinguido nos programas Lisbon Challenge, AcreditaPortugal, Prémios Exame Informática, entre outras distinções.

Na rota das aplicações móveis

A Boonzi não é a única aplicação que ajuda a gerir as finanças pessoais dos consumidores. Os três grandes concorrentes da Boonzi são a Mint, a Quicken e a Ynab (You need a Budget), avança João Saleiro, referindo que a primeira não está disponível em Portugal.

O software Quicken custa 39,90 dólares (29,20 euros), mas “tem a desvantagem de não fazer a importação do extrato”, tal como a Ynab, que é uma ferramenta “um pouco diferente”, por ter em conta não só o presente, mas também o futuro, avança João Saleiro. “Ajuda-nos a tomar melhores decisões no planeamento do nosso orçamento”, diz. A Boonzi foca-se mais no presente, mas o objetivo é ultrapassar a Ynab, refere João Saleiro.

A Be My Wallet é um site para gestão do orçamento familiar lançado em outubro de 2013 pela empresa portuguesa Gatewit. Acessível a partir de computadores, smartphones e tablets, permite definir um plano de poupança, organizar despesas e receitas por categorias e saber quais são as tendências de despesas durante o mês. Também é possível associar imagens aos registos.

A associação portuguesa para a defesa do consumidor, Deco, lançou a ferramenta online O meu dinheiro no início de 2014. Disponível para computadores, smartphones e tablets, permite elaborar e gerir o orçamento familiar e traçar um plano financeiro para o futuro, de forma gratuita. No site, os utilizadores devem criar o seu orçamento anual em cinco passos: definindo o agregado familiar, seleccionando as categorias que quer e necessita, registando receitas, despesas e definindo a poupança mensal.

A Deco recomendava, em outubro, cinco aplicações para gestão das finanças pessoais

Spending Tracker
É uma aplicaçao gratuita para sistema iOS (iPad, iPhone ou iod) e Android, que permite gerir as receitas e as despesas pessoais. Fornece relatórios estatísticos semanais, mensais ou anuais e faz gráficos de divisão ou de evolução das categorias

Gerenciador Financeiro
É gratuita, mas só está disponível para sistema Android. “Embora tenha todas as capacidades de uma ferramenta de gestão de finanças pessoais (introdução e análise de receitas e despesas diárias), fica um pouco aquém do Spending Tracker, porque é menos intuitivo e flexivel”, diz a Deco.

eBudget
Está disponível para sistemas operativos Android e iOS de forma gratuita pelo Banco Best. Os especialistas da Deco adiantam que que a app permite anexar fotografias às despesas e activar o serviço de geolocalização. Mas “falha por não incluir as fontes de receitas”.

Minhas Despesas
Custa 1,79 euros na Apple Store e 3,04 euros na Google Play “Faz tudo o que o Spending Tracker consegue e ainda permite exportar os registos de receitas e despesas em vários formatos, e fazer cópias de segurança para o serviço Dropbox”, diz a Deco.

Toshl Finance
É uma app gratuita para Andoid, iOS, Nokia e Windows Phone, que permite a sincronização entre o smartphone e a página na internet. Contudo, se quiser definir mais do que um orçamento, por exemplo, tem de pagar 19,99 dólares por ano.