O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira para o “cancro do desespero” que aflige as sociedades materialistas e pediu aos católicos sul-coreanos para rejeitarem “modelos económicos desumanos”, numa missa celebrada para 45 mil fiéis, na primeira visita papal à Ásia em 15 anos. Numa aparente referência à elevada taxa de suicídio na Coreia do Sul, o papa alertou para a “cultura da morte”, que pode crescer rapidamente nos países desenvolvidos onde os pobres são marginalizados.

A missa decorreu no estádio de Daejeon, a cerca de 160 quilómetros a sul da capital sul-coreana, no primeiro evento público do papa que chegou na quinta-feira a Seul. Entre os participantes na homilia estavam 38 sobreviventes e familiares das vítimas do naufrágio do ferry Sewol, que em abril causou a morte de cerca de 300 pessoas, a maioria estudantes sul-coreanos.

Antes da liturgia, o papa Francisco teve um encontro privado com alguns dos familiares das vítimas, que lhe pediram para apoiar a sua campanha para uma investigação completa e independente ao naufrágio que chocou a Coreia do Sul. Na sua homilia, Francisco apelou aos sul-coreanos para combaterem “o espírito de competição desenfreada geradora de egoísmos e conflitos” e para “rejeitarem modelos económicos desumanos”.

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