O ritual de enterrar os mortos com artefactos simbólicos ou valiosos remonta ao Antigo Egito mas também acontece nos dias de hoje, apesar de o propósito ser ligeiramente diferente. Dantes, os mortos eram enterrados com objetos que os seus familiares acreditavam que iriam ser necessários na próxima vida. Hoje, esse ritual é encarado como uma última homenagem aos falecidos. A revista norte-americana Mental Floss reuniu uma lista de dez celebridades e os objetos com que foram enterrados. O Observador recorda-os. Já pensou no que quer levar consigo para a tumba?

1. Frank Sinatra: uma garrafa de Jack Daniel’s

A história de amor entre Frank e Jack começou numa noite, algures na década de 1940, quando Sinatra pediu ao seu amigo Jackie Gleason que lhe recomendasse uma bebida que o deixasse “arrasado”. Gleason respondeu: “Jack Daniel’s, É um bom ponto de partida”. A família não quis quebrar a tradição e, quando Sinatra morreu, em 1998, enterraram o cantor com uma garrafa de um dos mais conhecidos whiskeys do mundo. Existem rumores de que também lhe deixaram algumas moedas, caso quisesse fazer alguma chamada do além.

2. Tony Curtis: um iPhone

Quando o ator morreu, em 2010, foi enterrado com vários objetos, entre eles, o seu “estimado” iPhone, um chapéu de cowboy da Stetson, luvas de condução e o seu romance preferido, “Anthony Adverse”, um livro que o influenciou na escolha do seu nome artístico (Tony Curtis nasceu Bernard Schwartz).

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3. Humphrey Bogart: um apito dourado

Não, não é nenhuma referência ao escândalo de corrupção. Em 1944, na sua estreia cinematográfica, Lauren Bacall ensinou Bogart a assobiar. Algures durante os 12 anos em que estiveram casados, Bogart ofereceu a Bacall um apito dourado, relembrando o modo como se conheceram. Em 1957, quando Bogart morreu, o apito foi enterrado juntamente com as suas cinzas. O objeto ia gravado com a frase “If you want anything, just whistle” [Se quiseres alguma coisa, basta assobiares].

4. Roald Dahl: tacos de snooker, lápis HB, uma serra elétrica, chocolate e vinho tinto

Foram as suas coisas preferidas, desde a mais tenra infância. O escritor britânico morreu em 1990 e quis ser enterrado com os clássicos lápis HB, com os quais escreveu todos os seus trabalhos.

5. Leonard Bernstein: um exemplar do livro “Alice no País das Maravilhas”

Além da sua batuta e a pauta da Quinta Sinfonia de Gustav Mahler, o maestro norte-americano foi enterrado com o livro que o acompanhava sempre nas suas viagens: “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Caroll.

6. Ronnie Van Zant: cana de pesca e o seu chapéu de marca

Depois de um acidente de avião ter matado Ronnie Van Zant e Steve Gaines, do grupo norte-americano Lynyrd Skynyrd, Van Zant foi enterrado com o seu amado chapéu de cowboy Texas Hatters e a sua cana de pesca preferida.

7. Bela Lugosi: uma capa de Drácula

Deu vida ao Conde Drácula, o mais famoso vampiro da história, na adaptação cinematográfica de 1931. Antes da sua morte, em 1956, o ator deu à sua mulher a capa que utilizou durante as filmagens, para que esta a desse posteriormente ao filho. A família, porém, decidiu que Lugosi tinha de ser enterrado com aquela que acabou por ser a sua imagem de marca e arranjaram uma versão mais leve da capa, para que o ator pudesse descansar em paz.

8. Bob Marley: a sua guitarra Gibson Les Paul, a Bíblia e canábis

No caixão, ao lado do corpo embalsamado de Bob Marley, iam a sua guitarra vermelha Gibson Les Paul, um Bíblia aberta no Salmo 23 e um talo da planta da canábis, colocado momentos antes de o caixão ser fechado pela sua viúva, Rita.

9. Andy Warhol: edições da revista Interview e o perfume Beautiful da Estee Lauder

No momento em que o caixão do artista plástico estava prestes a ser enterrado, o seu amigo de longa data Paige Powell chegou-se à beira da cova e lançou alguns exemplares da Interview, uma revista fundada por Warhol em 1969, e uma embalagem do perfume Beautiful da Estee Lauder. Não se sabe qual o significado do perfume.

10. Elizabeth Taylor: a última carta de amor que Richard Burton lhe escreveu

Há histórias de amor que são eternas. Esta é um exemplo disso. Nas suas respetivas biografias, foram publicadas várias cartas de amor escritas por ambos. Esta, porém, foi mantida em segredo. Burton escreveu-a três dias antes de morrer e a atriz só a recebeu depois de ter chegado a casa, após o funeral do ator. Até morrer, a carta nunca saiu da sua mesinha de cabeceira.