As últimas previsões apontam para a vitória da formação Cidadãos para o Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GREB), a formação conservadora de Borisov, na origem da crise política e social no início de 2013 quando ocupava o poder.

No entanto, este antigo guarda-costas que se demitiu em fevereiro de 2013 na sequência de amplos protestos populares e apenas a quatro meses do fim da legislatura, já exprimiu as suas dúvidas sobre as hipóteses de formar governo.

“De momento não vejo como e com quem vou formar um governo”, admitiu na quinta-feira, em declarações à cadeia televisiva bTV, o previsível vencedor do escrutínio.

Na vaga de manifestações, motivadas pelo aumento brutal dos preços da eletricidade e combustíveis, quatro pessoas morreram após terem decidido imolar-se pelo fogo em protesto pelo desespero das muitas famílias que não podiam pagar o aquecimento durante o rigoroso inverno balcânico.

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Considerado o país mais pobre da União Europeia (UE), quase oito anos após a adesão acompanhado pela vizinha Roménia, este país do sul dos Balcãs com 7,2 milhões de habitantes tem-se confrontado com inúmeros escândalos de corrupção e sucessivas crises políticas, que parecem longe de uma solução.

O parlamento, com 240 lugares, deverá permanecer muito fragmentado, com o Partido Socialista (BSP) — o principal apoio no hemiciclo do cessante Executivo de tecnocratas — a surgir em segundo lugar nas sondagens com 22,5% das intenções de voto.

Uma recente sondagem da Gallup International refere que 70% dos búlgaros estão pessimistas sobre o futuro de um país onde o salário médio ronda o equivalente a 350 euros e as pensões não ultrapassam os 100 euros mensais.

Em simultâneo, uma grave crise bancária agravou os problemas da frágil economia búlgara e aumentou as dificuldades de numerosas empresas estatais.

Talvez demasiados desafios para um país com uma taxa de desemprego oficial de 11,4% e com um crescimento em 2014 de apenas 1,4%, muito inferior ao previsto pelo governo apenas há alguns meses.