Hoje, em conferência de imprensa, um porta-voz da polícia defendeu “a necessidade” do seu uso face ao escalar da tensão na zona: “Havia grupos que estavam a provocar a polícia e tentaram empurrar o cordão policial”.

Um grupo de manifestantes concentrou-se em frente à esquadra de Mong Kok, depois de os jovens terem criticado a atitude “passiva” das autoridades perante os ataques de que foram alvo manifestantes por parte de grupos pró-Pequim naquele distrito.

“A polícia conteve-se muito. Os conflitos intensificaram-se muito nos últimos dias”, disse a polícia.

Em comunicado, também emitido hoje, os agentes voltam a apelar aos estudantes para que abandonem o local: “A polícia pede ao público que mantenha a calma e que colabore com as instruções dos oficiais de polícia. Qualquer ato que coloque em perigo a ordem ou segurança públicas não será tolerado. A polícia tomará medidas decisivas contra atitudes ilegais”, refere o comunicado.

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Cerca de dois mil estudantes acordaram hoje nas ruas de Hong Kong depois de dezenas de milhares de outros terem participado numa concentração pela paz e contra a violência ignorando as advertências do Governo.

O chefe do Executivo, CY Leung, emitiu um novo alerta no sábado, afirmando que serão tomadas todas as medidas necessárias para restaurar a ordem nas ruas caso os protestos não se dissolvam até segunda-feira.

Várias linhas de transporte público continuavam hoje sem funcionar em diversos pontos da cidade, à semelhança de diversos estabelecimentos comerciais quando se cumprem oito dias desde o início dos massivos protestos na antiga colónia britânica.

Mais de mil manifestantes passaram a noite nas imediações dos edifícios governamentais em Admiralty — zona onde se realizou a concentração pela paz, convocada pelos três grandes organizadores dos protestos: o movimento Scholarism, a Federação de Estudantes de Hong Kong e o ‘Occupy Central’.

A concentração contra a violência e a favor da paz foi uma forma de contestar os ataques levados a cabo na véspera por pessoas que se opõem aos protestos na cidade, algumas das quais referenciadas até pela polícia como presumíveis membros de tríades.

Centenas de manifestantes acordaram também hoje nas ruas dos movimentados bairros de Causeway Bay e Mong Kok, as outras duas zonas onde bloqueiam diversas vias desde segunda-feira.

Em Mong Kok voltaram a registar-se escaramuças, ainda que com menor dimensão e incidência, entre manifestantes a favor e contra os protestos pró-democracia, depois de na sexta-feira os confrontos terem resultado em cerca de 20 feridos e 20 detidos.