O Instituto de Combate e Controlo das Tripanossomíases (ICCT) de Angola vai ser responsável pela elaboração de uma política nacional para combater a doença do sono, detetada em 15 das 18 províncias de Angola.

A informação consta do estatuto orgânico daquele instituto, aprovado pelo Presidente da República, consultado hoje pela Lusa e que entrou em vigor a 30 de setembro último.

O documento define que o ICCT é o órgão “encarregue de desenvolver ações no domínio do combate à doença do sono, à luta antivectorial e investigação em doenças parasitárias tropicais”.

Entre as atribuições agora definidas para aquele instituto consta a elaboração e proposta de uma “política nacional em matéria de luta contra a tripanossomíase humana africana”, vulgarmente conhecida como doença do sono, além de definir estratégias e métodos para a sua implementação.

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Deverá ainda implementar em Angola atividades de diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos doentes, bem como a luta anti-vetorial. Também assegurará a coordenação das atividades dos diferentes parceiros na luta contra a doença do sono e “a vigilância epidemiológica” no país.

O ICCT é tutelado pelo Ministério da Saúde, que assumiu este ano o objetivo de erradicar a doença até 2020. No passado, Angola chegou a ser considerado um país endémico em relação à doença do sono.

Durante o ano de 2013 foram registados pelo menos 136 casos de tripanossomíase em Angola, doença tropical negligenciada e transmitida pela picada da mosca tsé-tsé, detetada em 15 das 18 províncias, devido às suas características climáticas.

A mosca contaminada atua como vetor inocula um parasita que afeta gradualmente o sistema linfático e nervoso, pelo que, sem tratamento, pode ser fatal.

Segundo números deste ano, o Governo angolano tem disponibilizado anualmente, desde 2012, cerca de 500 milhões de kwanzas (4 milhões de euros) na erradicação da doença.