A al-Qaeda do Magreb islâmico deixou mais uma ameaça a França, pouco depois do ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, que provocou a morte a 12 pessoas, que foi reivindicado pelo grupo terrorista no Iémen.
“A França vai pagar o custo da violência contra os países muçulmanos e a violação da sua santidade”, disse o grupo da al-Qaeda no norte de África. O grupo terrorista cita a presença militar no Mali e na República Centro Africana, assim como bombardeamentos em que França terá estado envolvida na Síria e no Iraque.
Outro dos motivos citados pela al-Qaeda para esta ameaça e um eventual ataque está no que considera serem os insultos da comunicação social francesa ao profeta Maomé. Segundo o grupo, a “França vai continuar a expor-se ao pior e mais ainda” enquanto a comunicação social francesa continuar a representar Maomé, algo proibido no Islão.
Quem é a al-Qaeda no Magreb Islâmico?
O grupo salafista é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e opera entre o deserto do Sahara e Sahel, no norte do Sudão. Tem origem na guerra civil da Argélia na década de 1990 e tem-se tornado na última década como o braço do grupo terrorista islâmico com mais aspirações ao controlo regional. O grupo atua maioritariamente na zona norte e ocidental de África.
Começou por ser conhecido pelo Grupo Islâmico Armado, um movimento de guerrilha que se opôs de forma feroz e violenta à liderança da Argélia, quando em 1992 a segunda volta das eleições parlamentares foi cancelada pela liderança secular quando a Frente de Salvação Islâmica estava mais bem posicionada para as ganhar.
O grupo acabou por se partir quando, em 1998, alguns dos seus principais líderes, preocupados com o efeito no apoio da população que tinham as táticas brutais que o grupo usava, como decapitações, decidiram criar o Grupo Salafista de Oração e Combate.
Este novo movimento até conseguiu uma vaga de apoio inicial da população, com promessas de continuar a revolta mas sem matar civis mas durante a década de 2000 acabou por se alinhar com a al-Qaeda manter a relevância. A união foi anunciada de forma oficial em 2006, altura em que o grupo mudou de nome para al-Qaeda do Magreb Islâmico.
A violência também subiu de nível. Logo em 2007, o grupo atacou em simultâneo o quartel-general das Nações Unidas na região e o Tribunal Constitucional da Argélia, matando 33 pessoas.