Milhares de pessoas, entre as quais a chanceler Angela Merkel, participaram hoje em Berlim numa concentração convocada por organizações muçulmanas contra a islamofobia, após os atentados ‘jihadistas’ da semana passada em França.

No início da manifestação, responsáveis muçulmanos depositaram uma coroa de flores brancas com a inscrição “Terrorismo: Não em nosso nome” em frente à embaixada de França, junto à Porta de Brandeburgo.

“Os terroristas não venceram e nunca vencerão”, asseverou o presidente do Conselho Central dos Muçulmanos de Alemanha, Aiman Mazyek, num breve discurso proferido antes de se cumprir um minuto de silêncio, em memória das 17 vítimas mortais dos atentados em França.

“Os terroristas queriam vingar o profeta? Não! Pelos seus atos, eles cometeram a maior das blasfémias”, acrescentou, enquanto as cores da bandeira francesa — azul, branco e vermelho — eram projetadas na Porta de Brandeburgo, símbolo da Alemanha.

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No final da concentração pela tolerância, o Presidente da República alemão, Joachim Gauck, sublinhou “Todos nós somos a Alemanha”, num discurso em que emitiu uma mensagem de unidade perante o temor das autoridades de que aumentem os incidentes islamofóbicos após os atentados perpetrados por extremistas islâmicos em França na semana passada.

“Somos todos a Alemanha — nós, democratas, com as nossas diferentes raízes políticas, culturais e religiosas — nós, que respeitamos e precisamos uns dos outros”, frisou o chefe de Estado alemão.

“[A Alemanha] tornou-se mais diversa ao nível religioso, cultural e de mentalidades graças à imigração”, defendeu.

Com cerca de 81 milhões de habitantes, a Alemanha tem cerca de quatro milhões de muçulmanos, a grande maioria dos quais de origem turca.

Na segunda-feira, em Dresden, mais de 25.000 manifestantes — um novo recorde — respondeu à convocatória do movimento Pegida (Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente), que organiza desde outubro concentrações anti-Islão naquela cidade do leste do país.

No mesmo dia, mais de 100.000 pessoas desfilaram por todo o país, em manifestações de sinal contrário, contra a islamofobia.