Aumentou para pelo menos 30 o número de mortos de um ataque de artilharia contra a cidade ucraniana de Mariupol, informou hoje o Ministério do Interior do governo de Kiev.
Segundo o último balanço provisório do Executivo da Ucrânia, pelos menos 30 pessoas morreram e outras 97 terão ficado feridas, entre as quais uma rapariga de 12 anos de idade, no ataque dos separatistas pró-russos contra a segunda maior cidade da região de Donetsk, no Leste do país, e que se mantém sob o controlo das forças governamentais.
O secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa (CSND) da Ucrânia, Alexandr Turchinov, acusou os “militares russos e os elementos das milícias” pelo ataque.
O mesmo responsável disse ainda que a cidade, habitada por cerca de meio milhão de pessoas, não corre o risco de ser invadida pelos separatistas.
“A cidade de Mariupol conta com uma defesa segura dos nossos militares contra as ofensivas do agressor”, refere em comunicado Turchinov que foi difundido através da página oficial do CSND na internet.
Os disparos de artilharia atingiram hoje pelo menos três bairros residenciais da cidade provocando igualmente estragos em vários edifícios e num mercado.
Até ao momento, o porto de Mariupol, nas margens do mar de Azov, esteve praticamente afastado do conflito que se agravou desde abril do ano passado, apesar de alguns incidentes isolados.
Os separatistas da auto proclamada República Popular de Donetsk (RPD) negaram a autoria do ataque e responsabilizaram as forças ucranianas “pela tragédia”.
“O bombardeamento contra as zonas residenciais de Mariupol é uma provocação. O exército da RPD não fez disparos de artilharia nessa direção”, disse à agência russa Interfax, um porta-voz das milícias separatistas.
O líder da RPD, Alexandr Zajarchenko, que na sexta-feira anunciou uma grande ofensiva contra as forças de Kiev para a conquista de toda a região disse, entretanto, que Mariupol não é neste momento um objetivo prioritário para os separatistas.
Terminada a trégua entre as duas partes e que se encontrava em vigor desde o passado dia 09 de dezembro, as hostilidades continuam em toda a frente de combate que se estende de Donetsk até Lugansk.
Outros três civis morreram e seis ficaram feridos nas últimas 24 horas na zona de Donetsk, segundo Eduard Basurin, do auto denominado Estado Maior da RPD.
Basurin disse que as tropas ucranianas utilizaram artilharia pesada contra as cidades de Gorlovka e Makeyevka, enquanto os combates mais intensos registam-se junto a Peski e Avdeyevka, próximo do aeroporto de Donetsk abandonado pelas forças de Kiev esta semana após 262 dias de resistência.
O conflito entre Kiev e os separatistas regista uma escalada sem precedentes desde a assinatura dos acordos de Minsk, em setembro de 2014, agravado pela morte de pelo menos 12 pessoas que se encontravam no interior de um autocarro dos transportes públicos de Donetsk.