O Conselho Geral Independente (CGI) e o novo Conselho de Administração da RTP vão ser ouvidos no parlamento na próxima quarta-feira, disse esta quinta-feira à Lusa o presidente da comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação. Pedro Lynce adiantou que as audições decorrerão durante a manhã de 4 de fevereiro.

Gonçalo Reis irá assumir a presidência da televisão pública, Nuno Artur Silva fica como vogal, tal como Cristina Vaz Tomé, esta última como responsável pela área financeira, de acordo com parecer prévio favorável do membro do Governo responsável pela área das Finanças.

O CGI anunciou na quarta-feira que “por decisão unânime”, tomada na reunião de 26 de janeiro, o órgão indigitou aqueles três responsáveis para a nova administração que vai substituir a equipa de Alberto da Ponte na RTP.

Ainda na quarta-feira, o CGI divulgou o Projeto Estratégico elaborado pelos futuros administradores da empresa estatal, o qual aponta que “deverá realizar-se um esforço estruturado e persistente de estabilização do modelo económico da RTP junto dos vários intervenientes, do mercado e da comunidade financeira, cabendo à empresa a obrigação de transmitir com clareza os pilares do modelo e contribuir assim para a sua aceitação e credibilização”.

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Além disso, a RTP “deverá funcionar num modelo de equilíbrio, assegurando que os seus custos operacionais se ajustam às receitas obtidas”, que atualmente são a taxa para a contribuição audiovisual (CAV) e as receitas comerciais, depois de ter deixado de receber indemnização compensatória em 2014.

Os novos gestores defendem que no que diz respeito ao controlo de custos operacionais, “a orientação geral será realizar uma gestão com base em critérios de eficácia, utilizando rigorosas análises custo-benefício para as principais rúbricas de gastos e para os projetos de investimento, procurando sistematicamente ganhos de eficiência e produtividade”.

Os esforços de contenção da RTP deverão concentrar-se “na esfera de gastos em fornecimentos e serviços de terceiros e em custos com pessoal associados a funções administrativas de baixo valor acrescentado, tentando salvaguardar os montantes a disponibilizar para grelha/produção de conteúdos, que são um fator diferenciador e essencial para garantir a relevância da oferta da RTP, bem como assegurando a capacidade” para a empresa “atrair e reter recursos humanos adequados nas funções estratégicas, nomeadamente as relacionadas com a produção e emissão de conteúdos, entre outras, como as áreas dos novos media, tecnologia, distribuição e promoção”, lê-se no Projeto Estratégico.

A 21 de janeiro, o Governo anunciou que a equipa de Alberto da Ponte iria renunciar ao cargo após a entrega do relatório das contas de 2014 e elogiou a “boa gestão” da administração. Na altura, o executivo adiantava que a administração liderada por Alberto da Ponte iria apresentar renúncia aos seus cargos após a entrega do relatório, previsto até final de janeiro, pelo que se aguarda que na sexta-feira tal aconteça, uma vez que é último dia útil deste mês.