O Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) abriu um inquérito a partir de escutas telefónicas sobre conversas mantidas por três juízes desembargadores com um dos arguidos do caso visto gold. “Corre termos um inquérito no Ministério Público junto do STJ. O inquérito investiga factos e não tem arguidos constituídos”, revelou a Procuradoria-Geral da República em resposta enviada à agência Lusa.

O jornal Correio da Manhã, na sua edição de segunda-feira, noticiava que as transcrições das escutas no caso dos vistos gold, envolvendo conversas entre três juízes desembargadores e um dos arguidos no processo, António Figueiredo, à data dos factos presente do Instituto de Registos e Notariado, deram origem à extração de certidão/queixa.

Questionada a PGR se tais certidões relativas a conversas dos magistrados Vaz das Neves (presidente do Tribunal da Relação de Lisboa), Horácio Pinto (ex-diretor do Sistema de Informações e Segurança) e Antero Luís (antigo do secretário geral do Sistema de Segurança Interna) determinaram a abertura de inquérito respondeu que “corre termos um inquérito no Ministério Público junto do STJ”, acrescentando esta investigação “não tem arguidos constituídos”.

Contactado pela Lusa, o juiz Antero Luís disse desconhecer se foi extraída certidão bem como se foi aberto um inquérito pelo MP. A Lusa tentou falar com o presidente do TRL, mas até ao momento não foi possível.

A operação Labirinto, uma investigação relacionada com a atribuição de vistos gold, levou no final de 2014 à detenção de 11 pessoas, entre os quais o antigo presidente do IRN António Figueiredo, por suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais, tráfico de influências e peculato, o ex-diretor do SEF, e à demissão do ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

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