O PSD congratulou-se esta terça-feira com a antecipação parcial do reembolso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) do empréstimo concedido no âmbito do acordo com a ‘troika’, considerando que a poupança de juros poderá vir a repercutir-se nos impostos.

“Esta poupança que vamos conseguir é uma poupança positiva para os portugueses, 200 milhões de euros é muito dinheiro e vamos conseguir poupar esse dinheiro”, afirmou o deputado do PSD Duarte Pacheco, em declarações aos jornalistas no parlamento.

Fonte do ministério da Finanças confirmou à Lusa que o Governo português já enviou aos credores internacionais o plano de reembolso antecipado ao FMI, segundo o qual prevê devolver 14 mil milhões de euros ao longo de dois anos e meio.

Num comentário a esta decisão do Governo, Duarte Pacheco lembrou que na altura da concessão do empréstimo, quando Portugal se estava a financiar a 7%, a taxa de juro apresentada pelo FMI – entre os 3 e os 4% – era “muito simpática”.

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Contudo, continuou, hoje Portugal consegue financiar-se a 10 anos na casa dos 2%, um valor muito abaixo da taxa de juro do FMI.

“Essa poupança de juros significa que os portugueses no futuro irão pagar menos, porventura pode repercutir-se nos impostos que os portugueses pagam”, sublinhou.

O deputado social-democrata destacou ainda o facto da antecipação do reembolso do empréstimo representar a reconquista da credibilidade externa do país.

“Quando outros continuam com dificuldades em honrar os seus compromissos, o país não só honra os seus compromissos, como até antecipa os seus compromissos”, notou, frisando a “imagem muito positiva” que Portugal e os portugueses transmitem.

Por outro lado, acrescentou, isto permite ao país “recuperar a independência” e ficar “mais cedo liberto da tutela do FMI”, que até agora continuava a acompanhar a política orçamental interna.

A 21 de janeiro, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, já tinha anunciado no parlamento que Portugal vai proceder ao pagamento antecipado do empréstimo contraído ao FMI durante o resgate financeiro do país, uma vez que o Estado acumulou “um montante de reservas de liquidez muito significativo” que permite “enfrentar com muita tranquilidade” eventuais dificuldades futuras.